247 - Na mesma semana em que o ex-presidente Lula concedeu sua primeira grande entrevista e disse estar de volta ao jogo, o ministro da Secretaria-Geral da presidência da República, Gilberto Carvalho, pediu seu retorno. Não agora, em 2014, mas em 2018. Leia trechos da entrevista concedida pelo ministro ao jornal Brasil Econômico:
Mas ele pode voltar em 2018?
Pode. Não sei se ele quer, mas eu quero muito. Lula faz bem ao povo brasileiro. Ele não é apenas um governante. Trata-se de uma questão de constituição do povo e da nação, uma questão de autoestima. A maneira como as pessoas se relacionam com ele é completamente diferente da relação com qualquer outro político. As pessoas imaginam que o Lula é um pouco delas. São elas que estão ali, no poder. E, para além do carisma, tem as medidas que ele tomou na linha da inclusão social, econômica e cultural, promovendo o resgate da dignidade do cidadão. A maneira como ele abriu o Palácio do Planalto para as pessoas comuns, os moradores de rua, catadores, todo mundo. Isso não é retórica, não é literatura. Isso aconteceu. Lula recebeu aqui dentro (do Palácio) hansenianos que tinham ficado confinados em colônias e deu a eles uma pensão para pagar o mal que o Estado fez a eles. Muitas coisas desse tipo que jamais iriam emergir se não houvesse no poder um cara como o Lula. Ele tirou da cabeça das pessoas o autoconceito de exclusão - alguém que acha que é inferior ao outro porque o outro é doutor e ele não. O Lula é a insurgência contra isso. Por isso, espero que ele volte em 2018.
O projeto do PT era mesmo de permanecer 20 anos no Poder?
Nunca tivemos esse projeto. Eu não quero que o PT fique eternamente no Poder. Vai chegar a hora em que teremos que sair. Sonhei muito que o Eduardo Campos pudesse ser nosso candidato em 2018. Infelizmente, não deu certo. Vai ser bom para o PT sair. O governo fez mal ao PT.