247 – Mesmo afastado do governo, onde foi ministro do Trabalho, Brizola Neto (PDT), demitido em maio deste ano, continua apoiando a presidente Dilma Rousseff (PT). Segundo ele “apesar de todos os retrocessos, não há nenhuma alternativa no país que caminhe para o desenvolvimento da nação, que garanta soberania nacional, e com isso desenvolvimento econômico e justiça social, como é a alternativa da presidente Dilma”. Em entrevista à Rede Brasil Atual, o ex-ministro fez críticas duras ao seu partido e ao comandante dele, o também ex-ministro Carlos Lupi, afastado da função por denúncias de corrupção, que voltaram a assombrar a pasta.
“Você vê um partido que por muito tempo foi visto com esperança por milhões de brasileiros, líderes como Brizola, e hoje está condenado a ter na direção pessoas como Lupi e Manoel Dias [atual ministro do Trabalho]. O problema não está no governo. O problema pode até estar dentro da coalizão política, mas dentro desta coalizão o problema está dentro do PDT. O PDT está corrupto porque tem uma direção corrupta. Em um ano na minha gestão não teve um único escândalo, um único caso de corrupção. O MTE saiu das páginas policiais. Bastou voltar a direção do partido, através do Manoel Dias, que não durou quatro meses”, disse, em referência a escândalos recentes de desvio de recursos através de organizações não-governamentais.
“O governo acabou cedendo ao pragmatismo eleitoral, que pode até ser justificado em parte, mas não dá para que todo mundo concorde com ele, porque o resultado é muito ruim. Tem gente que defende esse pragmatismo eleitoral; tem gente que acha que ele acaba levando ao descaminho, e no caso do Ministério do Trabalho ficou muito claro. É um descaminho republicano, mesmo”, ressaltou.
Ainda assim, Brizola Neto avalia que o país “está caminhando num processo firme de retomada do desenvolvimento nacional”, mas enxerga também “alguns recuos”. “É inegável que tivemos alguns recuos na economia, houve uma retomada no aumento na taxa de juros. A gente vê também algumas concessões a setores midiáticos, e também na questão política. Como é que a gente vai achar que não há nenhum retrocesso, quando o pragmatismo eleitoral falou tão alto nesse processo?”, afirma.
Aqui a entrevista na íntegra.