UMA REPORTAGEM DO FUTURO
LULA MIRANDA
Misturam-se lágrimas e alegrias; choros e risos de folia. Viva o Brasil! Viva Lula! Viva Dilma! Gritam multidões de cidadãos por todo o país. Ou melhor, por todo o mundo!
Confesso que nunca fui bom para fazer reportagem. Sou muito emotivo. Mas recebi a incumbência do Brasil 247, o jornal eletrônico que revolucionou a cobertura de política na internet no início da década de 2010 [você ainda deve estar vivendo o começo disso tudo por aí], que me trouxe até aqui na data de hoje, que chamo de “o começo de tudo”, para cobrir a posse do Excelentíssimo Sr. Luiz Inácio Lula da Silva como presidente da República do Brasil, para cumprir o seu segundo mandato, tendo como vice-presidente o senador da República, eleito pelo Estado de Pernambuco, Eduardo Campos, neto do inesquecível e eterno Miguel Arraes.
Sela-se nesse momento um encontro histórico de três gerações de políticos brasileiros ligados à esquerda, ao trabalhismo e, portanto, à defesa dos interesses da pátria e do povo brasileiro.
Absolutamente tomado pela emoção, sinto-me incapaz de transmitir-lhes a contento, e assim lhes servir como testemunha fidedigna desse momento, dessa folia cívica, em que o Brasil todo festeja nos lares, nos bares e nas ruas e grandes avenidas por todo esse imenso país-continente.
É carnaval aqui em Brasília!
Tomada por milhões de manifestantes que vieram, de todo os rincões do Brasil, saudar a volta de Lula à Presidência da República, depois dos dois mandatos de Dilma Rousseff. Mandatos estes que conduziram o país hoje a condição de 4ª economia mundial, após a exitosa exploração do pré-sal, que distribuiu riqueza e renda para milhões de brasileiros pobres, mas também para as classe médias.
Faz-se um carnaval atemporal em Salvador, em Recife, Fortaleza e até em São Paulo. É carnaval por todo o país! O Brasil hoje está em festa!
Misturam-se lágrimas e alegrias; choros e risos de folia. Viva o Brasil! Viva Lula! Viva Dilma! Gritam multidões de cidadãos por todo o país. Ou melhor, por todo o mundo! Pois cidadãos, espalhados por todo o mundo, vibram com a volta de Lula ao poder.
A presidenta, nesse exato instante, cumprimenta, na subida da rampa do Planalto, o presidente eleito e seu vice, que estão acompanhados pelas suas respectivas esposas. Por benção e graça do destino lá está ela, Dilma Rousseff, pronta para passar a faixa presidencial ao seu sucessor; ao homem que lhe passara a faixa há exatos oito anos atrás. É indescritível o semblante de satisfação, de contentamento da agora, acho que já posso escrever assim, ex-presidenta Dilma. Em seu íntimo certamente misturam-se, nesse momento, sensações de regozijo, de alívio, uma sensação, uma euforia de “missão e dever cumpridos” e, claro, um contentamento que não tem preço nem dá para descrever com palavras.
Legará ao seu sucessor, também, a já chamada “herança bendita”: uma inflação, controlada, na média de 4% ao ano; um salário mínimo de quase U$600; um país em pleno emprego, onde não existe uma cidade sequer sem médico ou biblioteca; nenhuma escola sem professor; não existe mais nenhuma brasileiro abaixo da linha da pobreza. Aliás era essa a sua promessa. Era esse o seu dever.
Corre-se à boca miúda aqui em Brasília que José Dirceu, inocentado no julgamento da AP 470, será convidado a integrar o novo governo, numa espécie de deferência e reconhecimento ao seu papel nessa trajetória vitoriosa que aqui recomeça numa nova etapa. Ciro Gomes também teria sido convidado, bem como o atual governador da Bahia, ACM Neto - para desconforto dos petistas. Lula já avisou também que a fundadora da Rede Sustentabilidade integrará o seu governo.
Sei que esse cenário seria impensável aí no ano de 2013, mas a reforma política aprovada pelo Senado e pela Câmara mudou completamente a correlação de forças na política nacional, tornando mais enxuto o atual quadro partidário, reduzindo um pouco o famoso “tola lá, dá cá” e a tal da “governabilidade”, sustentada pelo famigerado “Caixa 2”.
Providências como o financiamento público de campanhas, a diminuição do número de partidos e o aumento da fiscalização dos gastos dessas campanhas, associadas a outras medidas que levaram ao fortalecimento dos quadros da PF e do Ministério Público; à contratação de mais técnicos e auditores para os tribunais de contas; juntas fizeram com que os casos de corrupção, nas três esferas de governo (municipal, estadual e federal), reduzissem exponencialmente. Até por que corrupção hoje é crime hediondo e imprescritível, e os presídios prosseguem superlotados. Isso ainda não mudou nesse novo Brasil, infelizmente.
Mas, cá entre nós, esse presente/futuro, onde me encontro nessa espécie de dobra do tempo, não surgiu assim “do nada”, não foi fruto do acaso, é fruto das ações e do trabalho que vocês, cidadãos brasileiros, lançaram as sementes nos anos de 2013 e 2014.
Portanto, agradeço e celebro a vocês, meus contemporâneos, que souberam construir esse país do futuro.
Essa vitória, essa folia cívica que hoje se espalha por todo o país é fruto da vossa semeadura.
Deus lhes/vos pague!
Deus lhes/vos pague pela alegria, pela vitória do povo brasileiro!
http://www.brasil247.com/pt/247/poder/115612/Uma-reportagem-do-futuro.htm