DILMA PROMETE VERBAS PARA METRÔ NA TERRA DE AÉCIO
A presidente Dilma Rousseff (PT) anunciou que desembarcará em Belo Horizonte "nos próximos dias" para "completar" os investimentos destinados ao metrô da Capital; esta será a nona vez que a petista vai a Minas neste ano, num estado que é reduto eleitoral do presidenciável tucano Aécio Neves; um novo confronto com o senador está por vir
24 DE OUTUBRO DE 2013 ÀS 19:10
Minas247 – Um dia após inaugurar creches e participar da formatura de alunos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), a presidente Dilma Rousseff (PT) anunciou, nesta quinta-feira (24), que desembarcará em Belo Horizonte (MG) "nos próximos dias" para "completar" os investimentos destinados ao metrô da Capital, embora não tenha especificado o valor do montante. Caso a promessa da petista se concretize, esta será a nona vez que Dilma desembarca em Minas neste ano, num estado que é reduto eleitoral do pré-candidato ao Palácio do Planalto, senador Aécio Neves (PSDB), ex-chefe do Executivo mineiro. Um novo confronto com o tucano está por vir.
O fato é que o anúncio, feito em entrevista a uma rádio da capital mineira, ocorre em meio às denúncias por parte do PSDB mineiro de que o Governo Federal estaria falseando dados referentes aos investimentos federais em Minas, segundo maior colégio eleitoral do país.
Em nota divulgada em seu site, no último dia 19, o PSDB de Minas disse que o governo "se apropria de obras de prefeituras" e que produz "releases divulgados para imprensa e site para informar a população, no melhor estilo goebeliano, transformaram-se em peças de propaganda".
Sobre as inserções partidárias da presidente Dilma, o presidente da legenda em Minas, deputado federal Marcus Pestana, disparou: "É uso abusivo de uma ferramenta da Presidência da República. E eu não tenho nenhuma dúvida que visa a campanha eleitoral."
Em contrapartida ao posicionamento do PSDB mineiro, o ex-ministro José Dirceu declarou, em artigo publicado nesta quarta-feira (23) no seu blog, que o senador Aécio Neves "se julga dono da Capitania Hereditária" mineira. "Na verdade, para provar que está tão bem assim em Minas, a ponto de implicar com concorrente na eleição de 2014 que vai ao Estado, ele ainda vai ter que disputar a eleição. Soberano, nas Gerais, é o povo mineiro, e não ele", disparou o petista.
Campo de batalha
Com as recentes declarações do PSDB mineiro, Minas Gerais se transformou num "campo de batalha" entre os dois presidenciáveis, que nasceram neste mesmo estado, o que faz com que o pré-candidato tucano lute com "unhas e dentes" para evitar que a sua maior adversária em 2014 conquiste o eleitorado mineiro na terra onde (Aécio) governou por oito anos.
Os tucanos têm como objetivo conquistar 60% dos votos no primeiro turno na eleição presidencial 2014. No entanto, de acordo com o jornal Estado de Minas, os próprios aliados de Aécio veem esta meta como sendo "modesta", levando em consideração as estatísticas.
Isso porque, na eleição para governador, em 2006, o tucano se reelegeu no 1.º turno com 77% dos votos válidos e, no pleito presidencial 2010, Dilma obteve 46,9% (5.067.399) dos votos em Minas contra 30,76% (3.317.872) do ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) e 21,5% (2.291.502) da ex-ministra Marina Silva, ex-PT e atualmente filiada ao PSB do presidenciável e governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Já no segundo turno da eleição 2010, Dilma obteve dois milhões de votos de vantagem sobre Serra - 6.220.125 contra 4.422.294.
Metrô
Mesmo tendo especificado o valor dos recursos que será anunciado, vale ressaltar que a presidente Dilma afirmou, no final de agosto, que liberaria mais R$ 2 bilhões para investimentos no metrô de Belo Horizonte. Já no início daquele mês, a presidente Dilma disse, a duas emissoras de rádio de Minas, que o governo estaria disposto a liberar R$ 7,3 bilhões para obras de mobilidade urbana na Capital.
Desse total, segundo a petista, R$ 4,4 bilhões seriam para atender ao pleito do governo mineiro, que tem como chefe do Executivo Antônio Anastasia (PSDB), e R$ 2,9 bilhões para serem destinados à Prefeitura de BH, comandado pelo prefeito Márcio Lacerda (PSB).