247 - O jornal Folha de S.Paulo deu mais uma de suas "típicas" manchetes, escreveu hoje o ex-ministro José Dirceu, se referindo à reportagem "Gestão Haddad reduz leitos para internação de viciados". Ele explica que a matéria se refere a apenas uma opção de leitos, uma vez que "todos os outros tipos de leito cresceram".
"Mais uma vez o jornal força a barra", critica o petista. Na semana passada, uma reportagem da Folha acusou a presidente Dilma Rousseff de entregar casas sem água e luz na Bahia. O trecho "o outro lado" da própria matéria, porém, explicava que apenas os moradores poderiam fazer o pedido da instalação da energia junto à Coelba, empresa de energia do estado, e que tinham cinco dias úteis para isso.
A ombudsman do jornal, Suzana Singer, confirmou o erro: "Bastava ler o 'outro lado' para concluir que a acusação não fazia sentido", escreveu em sua coluna, neste domingo (leia sua crítica
aqui).
Leia abaixo a crítica de Dirceu, publicada em
seu blog:
Mais uma manchete típica da Folha de S.Paulo
Outra manchete típica da Folha de S.Paulo no caderno Cotidiano de hoje: "Gestão Haddad reduz leitos para internação de viciados". Só que, lendo a matéria, vimos que se refere a apenas uma opção, e que todos os outros tipos de leito cresceram!
A prefeitura de São Paulo encerrou contratos com três comunidades terapêuticas que eram responsáveis por pelo menos cem leitos de internação. E por que não renovou o contrato? O próprio jornal explica: "Com essa medida, a Prefeitura de São Paulo vai priorizar um modelo de atendimento que reduz internações prolongadas e mantém usuários de drogas nas chamadas unidades de acolhimento, onde é permitido que eles passem por tratamento sem ficarem isolados".
A prefeitura informou que as vagas fechadas foram reabertas nesses locais. Em vez de isolamento por um período de três a seis meses, como nas comunidades terapêuticas, os usuários de drogas ficam em casas da prefeitura, com a possibilidade de sair para trabalhar ou estudar e, depois, voltar para dormir.
A reportagem ouve a coordenadora de Saúde Mental da prefeitura, Myres Cavalcanti, que explica que a internação prolongada de dependentes não é ideal. E acrescenta que os leitos fechados já foram repostos em novas casas de acolhimento –seis delas foram abertas neste ano, aumentando o total de unidades para 16.
Ou seja, a manchete não faz o menor sentido. Mais uma vez o jornal força a barra.