ERRO OU MÁ-FÉ DA FOLHA? A JUSTIÇA VAI DECIDIR
Funcionária pública Fabiana Oliveira Lira (centro), citada como fonte pela Folha na denúncia contra o Minha Casa, Minha Vida, na polêmica reportagem já contestada pela ombudsman do jornal, diz que foi ludibriada pela reportagem do maior jornal do País. “Quando eu recebi a chave da casa no dia 09, eu em seguida dei entrada no pedido da luz e da água, eles me disseram que eu tinha o prazo de cinco dias úteis pra efetivar a ligação. Quando o entrevistador apareceu na minha casa, a luz não estava ligada, mas ainda estava no prazo, e ele (o entrevistador) usou isso de má fé nessa informação”, disse ela, que pretende acionar a Folha por danos morais
20 DE OUTUBRO DE 2013 ÀS 12:21
247 - A polêmica reportagem da Folha sobre a entrega de casas do "Minha Casa, Minha Vida" sem luz, já criticada pela jornalista Suzana Singer, ombudsman do jornal (leia aqui), e classificada como fraude por Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania (leia aqui), também deve parar nos tribunais.
A funcionária Fabiana Oliveira Lira, suposta fonte da denúncia, diz que foi ludibriada pela reportagem da Folha. “Quando eu recebi a chave da casa no dia 09, eu em seguida dei entrada no pedido da luz e da água, eles me disseram que eu tinha o prazo de cinco dias úteis pra efetivar a ligação. Quando o entrevistador apareceu na minha casa, a luz não estava ligada, mas ainda estava no prazo, e ele (o entrevistador) usou isso de má fé nessa informação”, disse.
Abaixo, reportagem publicada no site Viomundo, a partir de postagem em um blog de Vitória da Conquista, na Bahia:
Foi vinculado nesta semana no Jornal Folha de São Paulo e reproduzido no Blog conquistense da Resenha Geral uma reportagem com o título “Dilma multiplica viagens e entrega casas sem água e luz”.
Na matéria, a funcionária pública Fabiana Oliveira Lira é citada na abordagem da ausência da ligação de energia elétrica nas unidades habitacionais entregues pela presidente Dilma na última terça-feira, 15, em Vitória da Conquista-Ba.
Segundo conta Fabiana em entrevista ao programa “Conquista Meio Dia”, da rádio Brasil Fm, ela sequer sabia que se tratava de uma reportagem e o repórter usou de má fé e expôs sua imagem sem o seu consentimento na referida matéria.
“Quando eu recebi a chave da casa no dia 09, eu em seguida dei entrada no pedido da luz e da água, eles me disseram que eu tinha o prazo de cinco dias úteis pra efetivar a ligação. Quando o entrevistador apareceu na minha casa, a luz não estava ligada, mas ainda estava no prazo, e ele (o entrevistador) usou isso de má fé nessa informação”, disse.
De acordo com informações da Coelba, concessionária do serviço de energia elétrica na Bahia, a solicitação deve ser feita pelo próprio morador da unidade residencial.
A Coelba já registrou 1.070 solicitações de ligação deste empreendimento em Vitória da Conquista (BA). Destas, 562 unidades foram ligadas e as demais o serão até sábado (19).
Uma agência móvel está no local para facilitar o atendimento e realizar cadastros na tarifa social de energia.
Fabiana, nova moradora do empreendimento Jequitibá, disse que pretende acionar ao jornal Folha de São Paulo por danos morais devido ao uso de sua imagem.
“Eu não sabia que era um repórter, que era uma reportagem, fiquei sabendo quando fui à Coelba ontem, pois agora todos me conhecem como ‘a denunciante’, (…) pretendo acionar a Folha por danos morais sim, porque isso esta me gerando grandes transtornos, eu morava de aluguel, era para ser um momento de alegria, porque pela casa eu só tenho a comemorar, agora por essas palavras erradas deles (a Folha de SP), fui prejudicada dessa forma”, declarou.
A moradora diz ainda que também vai pedir direito de resposta e que não autorizou a exposição de sua imagem.
”Eu disse que na minha casa tinha água, e eu disse a ele que a luz ainda estava no prazo de ligar, eu cheguei a falar bem da casa, mas os elogios não foram publicados, então eu me sinto lesada, me sinto prejudicada, eu não sabia que era uma reportagem, que era um repórter, não sabia de nada, então eu quero sim o direito de resposta, porque o que esta escrito ali não foi nada do que eu falei”, e conclui.
“Eu sou pessoa anônima, não sou pessoa pública pra minha imagem ta sendo usada dessa forma”, finaliza.
Bem, todos sabem que é de responsabilidade do próprio usuário de pedir a ligação da luz e da água para a concessionária do serviço quando muda para uma casa nova.
Menos a Folha, é claro. Ela está mais preocupada em macular a imagem do maior programa de habitação popular que o Brasil já viu.
http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/118316/Erro-ou-m%C3%A1-f%C3%A9-da-Folha-A-Justi%C3%A7a-vai-decidir.htm
OMBUDSMAN CONFIRMA ERRO DA FOLHA CONTRA DILMA
Jornalista Suzana Singer condena duramente a reportagem que acusava o governo federal de entregar residências do Minha Casa, Minha Vida sem água e sem luz na Bahia; só não havia eletricidade porque os novos moradores ainda não haviam pedido a ligação junto à Coelba, empresa de energia do estado; "Bastava ler o "outro lado" para concluir que a acusação não fazia sentido (...) cabia ao beneficiário do programa pedir a ligação dos serviços (...) acontece o mesmo com quem compra um imóvel sem ajuda federal: é a pessoa que, depois de receber as chaves, aciona o fornecimento de água, luz, gás, telefone", disse ela; sobre esse erro, Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania, também publicou uma análise demolidora sobre o que chamou de "fraude" cometida pelo jornal de Otávio Frias Filho
20 DE OUTUBRO DE 2013 ÀS 08:43
247 - Um erro ou uma fraude jornalística? Neste domingo, a jornalista Suzana Singer, ombudsman da Folha, condena duramente uma reportagem da Folha, publicada na semana passada, que acusou o governo federal de entregar casas sem água e sem luz no âmbito do programa "Minha Casa, Minha Vida". Era uma mentira, uma vez que as ligações estavam disponíveis e só podem ser ligadas a pedido dos novos moradores – como, aliás, ocorre também na compra de imóveis de luxo.
"Bastava ler o "outro lado" para concluir que a acusação não fazia sentido. O Ministério das Cidades explicou que as casas foram entregues com instalações elétricas e hidráulicas e que cabia ao beneficiário do programa pedir a ligação dos serviços às empresas de distribuição do Estado. Acontece o mesmo com quem compra um imóvel sem ajuda federal: é a pessoa que, depois de receber as chaves, aciona o fornecimento de água, luz, gás, telefone", diz Suzana.
Ao se debruçar sobre o tema, Eduardo Guimarães, titular do Blog da Cidadania e colunista do 247, viu mais do que um simples erro. Apontou uma "fraude" cometida pelo jornal de Otávio Frias Filho. "A fraude, porém, cumpriu seu objetivo. No mesmo dia, na “blogosfera” instalada nos grandes portais, a “denúncia” foi repercutida exatamente sob o viés que a Folha pretendeu dar – acusando a presidente de 'inaugurar obra inacabada'", disse ele (leia aqui a íntegra).
Abaixo, o texto de Suzana Singer, que condena duramente a reportagem da Folha:
NO ESCURO E A SECO
A Folha acusou a presidente Dilma de entregar casas sem água nem luz no interior da Bahia. O jornal mostrou, na quarta-feira, que parte das moradias inauguradas em Vitória da Conquista, no programa Minha Casa Minha Vida, estavam no escuro e a seco. Os moradores usavam velas à noite e enchiam baldes nas casas dos vizinhos.
Bastava ler o "outro lado" para concluir que a acusação não fazia sentido. O Ministério das Cidades explicou que as casas foram entregues com instalações elétricas e hidráulicas e que cabia ao beneficiário do programa pedir a ligação dos serviços às empresas de distribuição do Estado.
Acontece o mesmo com quem compra um imóvel sem ajuda federal: é a pessoa que, depois de receber as chaves, aciona o fornecimento de água, luz, gás, telefone.
Os casos relatados indicavam que nem havia um problema exagerado de demora na entrega desses serviços. Apenas uma dona de casa esperava a instalação de luz havia oito dias, três a mais que o prazo dado pela companhia elétrica.
Diante das explicações dadas pelo governo e pelas concessionárias de serviços estaduais, o jornal deveria ter derrubado a reportagem. Não adianta registrar burocraticamente o "outro lado", como prega o "Manual da Redação", mas insistir numa acusação vazia.
A Redação não concorda. "A informação de que as casas foram entregues sem água nem luz é relevante por mostrar a pressa com que o governo tem organizado essas inaugurações, por motivos obviamente eleitorais. O objetivo da reportagem era mostrar isso e não culpar a presidente pela falta de água e luz", diz a editoria Poder.
Se era assim, por que o título dizia "Dilma multiplica viagens e entrega casas sem água e luz"? Em plena campanha (alguém duvida que já começou?), é preciso ser mais rigoroso com as denúncias envolvendo qualquer um dos candidatos. Do contrário, o jornal estará apenas fornecendo matéria-prima para os programas eleitorais de 2014.
CAETANO APOIA CHICO EM CRÍTICA À IMPRENSA
Em artigo publicado no jornal O Globo, cantor reforça denúncia do colega, que teve trecho de entrevista suprimido pela Folha por que falava dos esquadrões da morte na redação da ‘Última Hora’ de São Paulo, propriedade do Frias: “E os censores somos sempre nós”; e defende a ex-mulher Paula Lavigne; “(...) foi escolhida pelos conselheiros por causa de sua capacidade de fazer as coisas andarem”
20 DE OUTUBRO DE 2013 ÀS 10:15
247- A polêmica sobre as biografias não autorizadas continua rendendo. Agora foi a vez de Caetano Veloso sair em defesa do Chico Buarque e, artigo no jornal O Globo. O cantor foi para cima da imprensa, a rebatendo a acusação de que os artistos estariam agindo com censores no caso. “. E a ‘Folha’ de hoje, ao dar a matéria em que respondo ao biógrafo do Roberto Carlos, suprimiu o parágrafo em que eu citava os esquadrões da morte na redação da ‘Última Hora’ de São Paulo, propriedade do Frias. E os censores somos sempre nós”.
Caetano também saiu em defesa de sua empresária e ex-mulher, Paula Lavigne. Os xingamentos e as distorções não podem esconder o fato de que sua beleza, seu carisma e sua sinceridade deram vida ao programa de TV (Saia Justa, na GNT) a que foi. E que é sua coragem que a leva a pôr a cara a tapa. Nossos erros foram pescados e artificialmente conectados para nos desqualificar.
Leia a íntegra do artigo
Chico, Paula e eu
O próprio Chico chamou a atenção da Procure Saber para o fato de que a tomada de posição em conjunto poderia causar problemas de princípios para algum ou alguns de nós. Quem informa colunas de fofoca nem sempre sabe o que é dito nas reuniões.
A questão das biografias sempre foi essencial para Chico. Se entendi bem, ele tem mais interesse nisso do que em Ecad ou Procure Saber. Qualquer insinuação de barganha com Roberto Carlos para que este apoiasse as mudanças na gestão coletiva da arrecadação de direitos é injusta com todos nós — mas principalmente com Chico. O respeito à vida privada das pessoas — que é o que move Pedro Cardoso em suas falas públicas — sempre foi um tema que Chico teve no coração e externou em falas definidas. O próprio Chico chamou a atenção da Procure Saber para o fato de que a tomada de posição em conjunto poderia causar problemas de princípios para algum ou alguns de nós. Quem informa colunas de fofoca nem sempre sabe o que é dito nas reuniões. Eis o que me diz agora Chico: “Mais que a questão da privacidade do Roberto Carlos, eu queria tomar partido dele contra os ataques da imprensa estes anos todos. Também apanhei sozinho de toda a imprensa, 20 anos atrás, por ter criticado a crítica musical do país. Fui por isso chamado de censor, autoritário e até de stalinista. Desta vez, pelo menos, tive o prazer de falar no GLOBO, sem contestação, da censura espontânea da TV Globo nos anos 70. E a ‘Folha’ de hoje, ao dar a matéria em que respondo ao biógrafo do Roberto Carlos, suprimiu o parágrafo em que eu citava os esquadrões da morte na redação da ‘Última Hora’ de São Paulo, propriedade do Frias. E os censores somos sempre nós”.
Preciso esclarecer que não acho que possa haver biografias não autorizadas de políticos mas não de artistas. Reconheço que há uma diferença, cujo exemplo máximo é a informação sobre a saúde de um chefe de Estado: foi errado o governo venezuelano ocultar a verdade sobre a saúde de Hugo Chávez. Contudo dizer que quero biografias não autorizadas de Sarney ou Roberto Marinho mas sofro por ver Gloria Perez diante de um livro escrito pelo assassino de sua filha significa apenas que tendo a querer que biografias sejam livres, mas, se informações sobre Collor ou Jango estimulam essa inclinação, casos como o de Gloria me chamam a atenção para o outro lado do conflito. São os dois gigantes de que Paula Lavigne falou no “Saia Justa”: de um lado, a liberdade de informação; de outro, o direito à privacidade. De todo modo, Marinho não foi político.
Meia página da “Folha” exibia, sob minha imagem, a palavra “caetaneando” para divulgar um projeto do grupo que controla o Teatro Folha. Era uma “oficina” que cobrava de quem se inscrevesse R$ 3.600. Pedi pra parar. Vieram com texto que diz “não é biografia”.
Sintomático que justo eu apareça com tanta frequência nas arengas. E que tudo tenha afinal caído sobre Paula Lavigne. Paula foi escolhida pelos conselheiros por causa de sua capacidade de fazer as coisas andarem. Não está ali por ser minha empresária ou por ter sido minha mulher. É quase apesar disso. Só fez justiça a ela o Paulo Nogueira, editor do site Diário do Centro do Mundo. Os xingamentos e as distorções não podem esconder o fato de que sua beleza, seu carisma e sua sinceridade deram vida ao programa de TV a que foi. E que é sua coragem que a leva a pôr a cara a tapa. Nossos erros foram pescados e artificialmente conectados para nos desqualificar. Mas ela e eu, com nossos problemas privados, podemos ser força pública útil, mesmo em desacordo sobre o centro da discussão. O GLOBO constrangido! Por Chico ou por mim? Creio que o caso dele com a TV Globo é fato inconteste. E minha opinião sobre a matéria a respeito de vândalos e professores é mesmo de que foi tendenciosa. Bios?: Francisco, Wisnik e Mautner falam por mim (notem que os três não dizem a mesma coisa: Bosco: privacidade; Mautner: futurologia; Wisnik: vozes livres).