ESPIONADOS, BRASIL E ALEMANHA SE UNEM POR RESOLUÇÃO PARA A INTERNET
Monitorados pelos Estados Unidos, de acordo com revelações dos documentos de Edward Snowden, as líderes dos dois países querem que a ONU vote ainda este ano uma resolução que promova o direito à privacidade na internet
26 DE OUTUBRO DE 2013 ÀS 08:15
Opera Mundi - Brasil e Alemanha querem que a ONU vote ainda este ano uma resolução que promova o direito à privacidade na internet, segundo a revista Foreign Policy. Diplomatas dos dois países se reuniram na quinta-feira 24 em Nova York para tratar do assunto, logo após a revelação de que o celular da chanceler alemã, Angela Merkel, teria sido espionado pelos Estados Unidos. Outros 34 líderes mundiais também foram espionados, inclusive a presidente Dilma Rousseff.
Se a resolução for aprovada, será a primeira grande medida internacional contra a espionagem promovida pela NSA (Agência de Segurança Nacional dos EUA, na sigla em inglês). O plano discutido por brasileiros e alemães é uma ampliação do direito à privacidade previsto no Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, assinado em 1966, estendendo-o à internet.
"O acordo foi formulado em uma época em que a internet não existia", afirmou à Foreign Policy um diplomata envolvido nas negociações. "Todo mundo tem direito à privacidade e o objetivo é que essa resolução seja aplicada para proteger as comunicações online".
De acordo com a Foreign Policy, o documento que está sendo escrito por Brasil e Alemanha não cita diretamente os Estados Unidos ou a NSA, mas fica claro que é uma resposta à espionagem promovida contra os dois países. Eles esperam que a resolução seja votada pelo comitê de direitos humanos da Assembeia Geral da ONU ainda em 2013.
Na quarta-feira (23), a Alemanha ficou irritada com a revelação de que Merkel teria sido espionada pelos EUA. "Os amigos não devem ser espionados. A confiança deve ser restabelecida", afirmou a chanceler, em Bruxelas. Ontem, o jornal britânico The Guardian revelou que os alemães não eram os únicos que deviam se indignar: segundo novos documentos do ex-analista da CIA Edward Snowden, 35 líderes mundiais foram alvos da fiscalização norte-americana.
Já a presidente Dilma descobriu que foi espionada há pouco mais de um mês, por meio de denúncias feitas pelo jornalista britânico Glenn Greenwald. À época, Dilma cancelou uma viagem diplomática dos EUA e exigiu respostas satisfatórias do governo de Barack Obama.
Monitorados pelos Estados Unidos, de acordo com revelações dos documentos de Edward Snowden, as líderes dos dois países querem que a ONU vote ainda este ano uma resolução que promova o direito à privacidade na internet
26 DE OUTUBRO DE 2013 ÀS 08:15
Opera Mundi - Brasil e Alemanha querem que a ONU vote ainda este ano uma resolução que promova o direito à privacidade na internet, segundo a revista Foreign Policy. Diplomatas dos dois países se reuniram na quinta-feira 24 em Nova York para tratar do assunto, logo após a revelação de que o celular da chanceler alemã, Angela Merkel, teria sido espionado pelos Estados Unidos. Outros 34 líderes mundiais também foram espionados, inclusive a presidente Dilma Rousseff.
Se a resolução for aprovada, será a primeira grande medida internacional contra a espionagem promovida pela NSA (Agência de Segurança Nacional dos EUA, na sigla em inglês). O plano discutido por brasileiros e alemães é uma ampliação do direito à privacidade previsto no Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, assinado em 1966, estendendo-o à internet.
"O acordo foi formulado em uma época em que a internet não existia", afirmou à Foreign Policy um diplomata envolvido nas negociações. "Todo mundo tem direito à privacidade e o objetivo é que essa resolução seja aplicada para proteger as comunicações online".
De acordo com a Foreign Policy, o documento que está sendo escrito por Brasil e Alemanha não cita diretamente os Estados Unidos ou a NSA, mas fica claro que é uma resposta à espionagem promovida contra os dois países. Eles esperam que a resolução seja votada pelo comitê de direitos humanos da Assembeia Geral da ONU ainda em 2013.
Na quarta-feira (23), a Alemanha ficou irritada com a revelação de que Merkel teria sido espionada pelos EUA. "Os amigos não devem ser espionados. A confiança deve ser restabelecida", afirmou a chanceler, em Bruxelas. Ontem, o jornal britânico The Guardian revelou que os alemães não eram os únicos que deviam se indignar: segundo novos documentos do ex-analista da CIA Edward Snowden, 35 líderes mundiais foram alvos da fiscalização norte-americana.
Na quarta-feira (23), a Alemanha ficou irritada com a revelação de que Merkel teria sido espionada pelos EUA. "Os amigos não devem ser espionados. A confiança deve ser restabelecida", afirmou a chanceler, em Bruxelas. Ontem, o jornal britânico The Guardian revelou que os alemães não eram os únicos que deviam se indignar: segundo novos documentos do ex-analista da CIA Edward Snowden, 35 líderes mundiais foram alvos da fiscalização norte-americana.
Já a presidente Dilma descobriu que foi espionada há pouco mais de um mês, por meio de denúncias feitas pelo jornalista britânico Glenn Greenwald. À época, Dilma cancelou uma viagem diplomática dos EUA e exigiu respostas satisfatórias do governo de Barack Obama.
EUA ADMITEM 'MOMENTO DE TENSÃO' COM ALIADOS
"Não há dúvida de que a revelação de informação sigilosa constitui um momento de tensão com alguns dos nossos aliados", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki, a jornalistas; segundo a porta-voz, as revelações sobre as atividades de inteligência do governo Barack Obama "criaram desafios significativos nas nossas relações" com nações aliadas e foram "uma distração pública"
26 DE OUTUBRO DE 2013 ÀS 06:45
WASHINGTON, 25 Out (Reuters) - Os Estados Unidos admitiram nesta sexta-feira que as novas acusações de espionagem feitas ao país "constituíram um momento de tensão" com alguns aliados, mas não deveriam afetar a cooperação em assuntos como Síria e Irã.
"Não há dúvida de que a revelação de informação sigilosa constitui um momento de tensão com alguns dos nossos aliados", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki, a jornalistas.
"Estamos tendo discussões com esses aliados", afirmou ela, referindo-se à visita a Washington na semana que vem de chefes de inteligência da Alemanha que buscarão explicações sobre a suposta espionagem norte-americana no telefone celular da chanceler alemã, Angela Merkel.
Na mesma semana em que a Alemanha disse ter provas dessas atividades, publicações da França e da Itália revelaram que agências de inteligência dos EUA espionavam cidadãos e empresas desses países. Essas denúncias se basearam nos documentos secretos revelados pelo ex-técnico de inteligência dos EUA Edward Snowden, hoje asilado na Rússia.
Outros países aliados dos EUA, inclusive o Brasil, já haviam se queixado das atividades norte-americanas de vigilância.
Psaki disse que o secretário norte-americano de Estado, John Kerry, discutiu as alegações com funcionários da França e da Itália durante uma recente visita à Europa.
Segundo a porta-voz, as revelações sobre as atividades de inteligência dos EUA "criaram desafios significativos nas nossas relações" com nações aliadas e foram "uma distração pública".
Kerry, segundo sua porta-voz, "certamente reconhece, à medida que perseguimos uma gama de prioridades diplomáticas, seja trabalhando em questões globais como a da Síria, ou Irã, ou (negociações comerciais), que será realmente um erro permitir que essas revelações atrapalhem isso".
Merkel exigiu que o presidente dos EUA, Barack Obama, explique as atividades de espionagem do seu país, e na semana que vem diretores da BND, agência alemã de inteligência, pretendem ir a Washington. Além disso, europarlamentares embarcam na segunda-feira para os EUA a fim de discutir "possíveis remédios jurídicos para cidadãos da UE".
Washington e seus aliados europeus participam ativamente de iniciativas diplomáticas com o objetivo de encerrar a guerra civil na Síria e obter um acordo para limitar o programa nuclear iraniano.
(Reportagem de Lesley Wroughton)
http://www.brasil247.com/pt/247/mundo/118900/EUA-admitem-'momento-de-tens%C3%A3o'-com-aliados.htm