OBAMA REABRE GUERRA AO GRAMPEAR MERKEL E ITÁLIA
Sim, também o governo e empresas italianas acreditam terem sido alvo da espionagem dos Estados Unidos; agência Reuters cita revista L'Espresso com denúncia neste sentido do jornalista Glenn Greenwald; na Alemanha, ministro da Defesa diz que escutas sobre telefone celular da primeira-ministra Angela Merkel – a mulher mais poderosa do mundo – abala colaboração diária entre os dois países; parlamento alemão convocado para adotar medidas contra bisbilhotagem ianque; "ultrajante quebra de confiança", definiu secretário parlamentar; Barack Obama joga sobras de seu prestígio internacional pelo ralo
24 DE OUTUBRO DE 2013 ÀS 14:17
247 – O presidente Barack Obama se acha um espertalhão, mas vive neste momento sua fase de maior isolamento político e pessoal em todo o mundo. A razão está nas denúncias que não param de surgir sobre a ousadia da espionagem americana sobre diferentes países aliados.
Depois de permitir, assumidamente, que a NSA (Agência de Segurança Nacional) espionasse a presidente Dilma Rousseff, ministros brasileiros e a Petrobras, desconfia-se fortemente que ele também aceitou passivamente a instalação de um grampo direto sobre o telefone celular da primeira-ministra Angela Merkel, da Alemanha. Não bastasse, agora a agência Reuters informa que os americanos também promoveram escutas eletrônicas sobre o governo e grandes empresas da Itália.
Na Alemanha, o grampo a Merkel desperta indignação e medidas concretas (abaixo). Na Itáilia, as primeiras repercussões ainda estão por surgir. Sabe-se, desde já, que além de ser visto como um trapalhão que não sabem nem espionar direito, Obama foi grosseiro, indelicado e ingrato com os maiores aliados dos EUA no pós-guerra, à exceção da Inglaterra.
Abaixo, notícias das agências Reuters e Brasil a respeito:
EUA espionaram o governo italiano, diz revista
ROMA, 24 Out (Reuters) - Serviços de inteligência dos Estados Unidos e Grã-Bretanha tem monitorado redes italianas de telecomunicações, tendo como alvo o governo e empresas, assim como grupos terroristas suspeitos, informou o semanário italiano L'Espresso nesta quinta-feira.
A reportagem, baseada em evidências vazadas pelo ex-prestador de serviço de uma agência de espionagem dos EUA Edward Snowden, provavelmente aumentará a indignação entre os aliados europeus de Washington ante as atividades da Agências de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês).
"A NSA tem muitas operações de espionagem, também sobre governos europeus e incluindo o governo italiano", disse o jornalista Glenn Greenwald ao L'Espresso em uma prévia da matéria a ser publicada na íntegra na sexta-feira.
A prévia publicada nesta quinta-feira não continha evidências específicas, mas diz que documentos em poder de Snowden "contêm uma grande quantidade de informações sobre o controle das telecomunicações italianas, que serão divulgadas nas próximas semanas".
A questão tem tudo para dominar uma reunião de líderes da União Europeia na quinta-feira, após a chanceler alemã, Angela Merkel, ligar para o presidente dos EUA, Barack Obama, e reclamar sobre reportagens, consideradas credíveis por Berlim, de que o seu telefone móvel teria sido grampeado.
O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, disse ao premiê italiano, Enrico Letta, na quarta-feira que os EUA trabalham para "encontrar um equilíbrio adequado entre a proteção da segurança e da privacidade de nossos cidadãos" e que as consultas a parceiros como a Itália continuariam.
Além do monitoramento realizado pelo programa norte-americano chamado de Prism, um outro programa de vigilância apelidado Tempora e conduzido pelo governo britânico também espionou o tráfego de telefone, Internet e email que passa por cabos submarinos na Sicília, disse o L'Espresso.
(Reportagem de Naomi O'Leary)
Espionagem a Merkel pode prejudicar relações da Alemanha com os EUA
Da Agência Brasil*
Brasília - Caso o Serviço Secreto dos Estados Unidos tenha interceptado o telefone celular da chanceler alemã, Angela Merkel, será difícil para os países retomar a diária agenda bilateral, disse hoje (24) o ministro da Defesa da Alemanha, Thomas de Maizier, em entrevista à rede pública de televisão do país, ARD. Hoje, o governo alemão emitiu uma nota informando que o telefone da chanceler pode te sido grampeado pelos norte-americanos. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, negou a informação em uma conversa por telefone com Merkel.
Em reação às suspeitas de espionagem, o comissário federal da Alemanha para Proteção de Dados, Peter Schaar, demandou medidas definitivas para a prevenção de espionagem eletrônica, além do que é considerado razoável. O secretário parlamentar Michael Grosse-Brömer disse que se a informação sobre a espionagem do celular de Angela Merkel for verdadeira, isso terá sido um "incidente ultrajante de quebra de confiança".
O presidente do comitê responsável pelo controle de Serviços Especiais do Parlamento alemão, Thomas Oppermann, anunciou que está marcada hoje uma reunião extraordinária no Bundestag para analisar o caso. "Quem está grampeando o telefone da chanceler pode estar grampeado os de outros cidadãos. As atividades da NSA [ Agência de Agência Nacional de Segurança norte- americana] saíram do controle e foram além da supervisão democrática", disse Oppermann.
Com informações da agência russa Itar-Tass
Edição: Talita Cavalcante
Edição: Talita Cavalcante
http://www.brasil247.com/pt/247/mundo/118729/Obama-reabre-guerra-ao-grampear-Merkel-e-It%C3%A1lia.htm
ALEMANHA CONVOCA EMBAIXADOR DOS EUA PARA EXPLICAR ESPIONAGEM
De acordo com comunicado do porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert, há informações de que o celular da chanceler Angela Merkel foi interceptado e as autoridades querem um "esclarecimento completo" e imediato sobre a suspeita
24 DE OUTUBRO DE 2013 ÀS 13:02
Carolina Sarres*
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A Alemanha convocou nesta quinta-feira 24 o embaixador dos Estados Unidos em Berlim, John Emerson, para prestar explicações sobre suspeitas de que os Estados Unidos teriam espionado o telefone celular da chanceler, Angela Merkel. De acordo com comunicado do porta-voz do governo, Steffen Seibert, há informações de que o celular da chanceler foi interceptado e o governo quer um "esclarecimento completo" e imediato sobre a suspeita.
"Entre amigos próximos e parceiros, como a Alemanha e os Estados Unidos têm sido há décadas, tal monitoramento de comunicações da chefe do governo simplesmente não tem de ocorrer. Isso seria uma séria quebra de confiança. Tais práticas têm de acabar imediatamente", informou o comunicado. Segundo a nota, Angela Merkel telefonou ao presidente norte-americano, Barack Obama, e disse que se as suspeitas forem comprovadas, a Alemanha as desaprova e as considera " totalmente inaceitáveis".
No documento, a Alemanha também expressou expectativa de que as autoridades norte-americanas esclareçam a dimensão dessas práticas e respondam aos questionamentos feitos meses atrás, quando o ministro do Interior alemão, Hans-Peter Friedrich, foi aos Estados Unidos para obter esclarecimentos sobre a existência de um programa mundial de vigilância de comunicações eletrônicas. "O governo alemão espera que haja um acordo claro, em bases legais, para as futuras atividades de inteligência e cooperação entre os países", de acordo com a nota.
O porta-voz da presidência, Jay Carney, confirmou o telefonema entre os líderes e informou que Obama assegurou a Angela Merkel que suas ligações não foram interceptadas. "O presidente assegurou à chanceler que os EUA não espionam, e não espionaram, as comunicações da chanceler", explicou Carney.
Nesta semana, foram divulgadas informações na imprensa internacional de que mais de 73 milhões de comunicações da França também foram monitoradas pelos Estados Unidos entre o final de 2012 e o começo de 2013. O jornal francês Le Monde noticiou, na segunda-feira (21), com base em documentos da Agência de Segurança Nacional (NSA) revelados pelo ex-funcionário de uma empresa que prestava serviço para o governo dos Estados Unidos, Edward Snowden, a existência de atividades de espionagem na França.
O presidente francês, François Hollande, manifestou, na segunda-feira, em telefonema para o presidente Barack Obama "profunda reprovação" e disse que as práticas do país são inaceitáveis. O embaixador dos Estados Unidos em Paris, Charles Rivkin, chegou a ser convocado para prestar explicações ao governo francês.
O diretor nacional dos Serviços de Informações dos Estados Unidos, James Clapper, disse que os textos publicados pelo jornal francês Le Monde "contêm informações imprecisas e enganosas". Segundo ele, os dados divulgados são falsos. A porta-voz do Conselho Nacional de Segurança dos Estados Unidos, Caitlin Hayden, explicou que todas as nações conduzem operações de espionagem.
Na terça-feira (22), outra reportagem do periódico revelou que não só os telefonemas da população estavam sendo espionados, mas também a embaixadas da França em Washington e a representação do país nas Nações Unidas (ONU), em Nova York.
O descontentamento da França perante as alegações foi reiterado em seguida pelo chefe da diplomacia francesa, Laurent Fabius, em um encontro com o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, em Paris, durante o qual foi renovada a exigência de explicações sobre as práticas de espionagem.
* Com informações da Agência Lusa // Edição: Denise Griesinger