93% DOS REAJUSTES SALARIAIS FICARAM ACIMA DA INFLAÇÃO
Quase todos os 340 acordos coletivos de trabalho assinados no primeiro semestre resultaram reajustes salariais acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculado pelo IBGE; na maior parte houve aumentos reais, sendo a maioria na faixa de 1% a 2%, segundo informações do Dieese
21 DE AGOSTO DE 2014 ÀS 12:59
Marli Moreira - Repórter da Agência Brasil
Quase todos os 340 acordos coletivos de trabalho assinados no primeiro semestre resultaram reajustes salariais acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A informação faz parte do estudo Sistema de Acompanhamento de Salários do Departamento Intersindical de Estudos de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgado hoje (21). O levantamento mostra que em 93% das negociações houve aumentos reais, sendo a maioria na faixa de 1% a 2%.
Essa parcela é ligeiramente acima da registrada no ano passado, quando 83,5% da negociações levaram a reajustes acima do INPC. A maior parte dos reajustes em que os trabalhadores só conseguiram repor a perda inflacionária situou-se no segmento dos serviços (7%). No setor industrial, 5% das negociações tiveram correção abaixo do índice.
Na média, os aumentos reais chegaram a 1,5% na indústria; 1,57% no comércio e 1,51%, no setor de serviços. Em 45% dos casos analisados, houve aumentos entre 1,01% e 2%.
Na indústria, os ganhos reais na faixa 2,01% e 3% atingiram 19,4% das negociações e, no topo, na faixa entre 4,01% e 5%, estão apenas 2,1% dos empregados.
No comércio, em 46 acordos foram constatados 95,7% de ganhos reais; 2,2% de salários mantidos em taxa iguais ao do INPC; 2,2% abaixo da inflação e aumento real médio de 1,57%.
No setor de serviços foram estudadas 138 negociações coletivas de trabalho, em que se verificou que o percentual de reajustes acima do INPC, em 93% dos casos, igualou-se a 2012, ano considerado como o melhor da série desde 2008. O aumento real médio, no entanto ficou abaixo daquele período, em 1,57% ante 2,05%.
CAGED: BRASIL CRIOU 11.796 EMPREGOS EM JULHO
No mês passado, houve 1.746.797 admissões e 1.735.001 desligamentos, menor número para o mês em 15 anos; coordenador do Dieese disse nesta quinta-feira, porém, que o mercado de trabalho brasileiro continua aquecido, apesar do cenário de baixo crescimento econômico
21 DE AGOSTO DE 2014 ÀS 17:12
Marcelo Brandão - Repórter da Agência Brasil
O número de empregos formais criados no Brasil em julho chegou a 11.796, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados hoje (21) pelo Ministério do Trabalho e Emprego. No mês passado, houve 1.746.797 admissões e 1.735.001 desligamentos. É a menor geração de empregos formais para o mês em 15 anos. Em julho de 1999, haviam sido criados 8.057 postos de trabalho.
O número de empregos formais criados no Brasil em julho chegou a 11.796, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados hoje (21) pelo Ministério do Trabalho e Emprego. No mês passado, houve 1.746.797 admissões e 1.735.001 desligamentos. É a menor geração de empregos formais para o mês em 15 anos. Em julho de 1999, haviam sido criados 8.057 postos de trabalho.
No acumulado de 2014, de janeiro a julho, houve aumento de 632.224 empregos com carteira assinada (1,56%).
Segundo o ministério, sete dos oito setores da atividade econômica fecharam o mês passado com saldo positivo na geração de empregos. Os setores de serviços, com aumento de 11.894 vagas em relação a junho, agricultura (criação de mais 9.953 postos) e construção civil (3.013 empregos a mais) são os destaques. O setor de indústria de transformação registrou queda no nível de emprego, com menos 15.392 postos de trabalho.
O ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, acredita que a geração de empregos no país voltará a crescer até o final de 2014. Segundo ele, a segunda metade do ano costuma registrar a criação de mais empregos com carteira assinada do que a primeira, impulsionada, por exemplo, pela contratação de mão de obra para o período de festas de fim de ano.
Manoel Dias reconheceu o recuo na geração de empregos, que já chegou a registrar mais de 203 mil vagas, em julho de 2008, mas demonstrou otimismo para sair do "fundo do poço". A Copa do Mundo, segundo o ministro, contribuiu para os resultados. "A Copa afetou porque, na medida em que você reduz o número de dias trabalhados, você reduz o número de contratados", disse.
Dieese: mercado de trabalho segue aquecido, apesar de baixo crescimento do PIB
O coordenador de Atendimento Técnico e Sindical do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Airton dos Santos, disse hoje (20) que, apesar do cenário de baixo crescimento econômico, o mercado de trabalho continua aquecido.
"Está acontecendo um descolamento do crescimento do PIB [Produto Interno Bruto, a soma das riquezas produzidas no país] e do emprego. Há um crescimento baixo, enquanto o mercado de trabalho continua aquecido", apontou o coordenador na apresentação do estudo Sistema de Acompanhamento de Salários (SAS-Dieese).
Santos advertiu, no entanto, que esse quadro de baixo crescimento não pode perdurar, sob pena de começarem a ocorrer demissões. Segundo ele, há um cenário macroeconômico que desestimula, principalmente, as atividades voltadas para a exportação, como a questão cambial e os juros, mas acredita na tendência de um ajuste em favor de um maior equilíbrio na produção industrial.
O estudo traz um balanço das negociações salariais analisadas pelo Dieese. Em 93,2% de um total de 340 acordos coletivos de trabalho assinados no primeiro semestre ocorreram reajustes acima da variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Em 153 dos acordos assinados entre janeiro e junho deste ano, ou 45% do total, os ganhos reais oscilaram entre 1,01% e 2%. Em 66 acordos, os ganhos estão na faixa de 2,01% e 3%.
Segundo o Dieese, as atividades econômicas, impulsionadas pela Copa do Mundo, e a preocupação dos empresários em manter os investimentos feitos na qualificação da mão de obra foram os principais elementos que ajudaram trabalhadores em todo o país a atingir, no primeiro semestre, os melhores percentuais de reajuste salarial em acordos coletivos dos últimos dois anos.
Apenas 2,6% tiveram correções salariais em taxas abaixo da inflação e 4,1% só conseguiram repor as perdas da inflação.
Na média, as categorias tiveram correções de 1,54%. Esse teto superou o registrado em igual período de 2013 e foi o segundo maior já registrado pela série iniciada em 2008. O maior aumento real médio do período ocorreu em 2012, com 2,15%.