O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega a Nova York para participar da abertura da Assembleia Geral da ONU em situação “que não poderia estar melhor”, segundo reportagem publicada nesta terça-feira (22) pelo diário espanhol El País. Lula deve pedir reformas nas instituições financeiras internacionais, um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU e deve defender a intervenção do Estado na economia para evitar excessos financeiros, diz o jornal. Lula “falará com a autoridade de quem chega com os deveres de casa muito bem feitos”, afirma a reportagem, destacando que a crise financeira “não passa de uma lembrança no Brasil”. “O Brasil se recuperou com rapidez e dinamismo e provavelmente vai fechar o ano com crescimento bastante superior ao do resto dos países membros do G20.” O presidente também deve pedir aos 192 países participantes da Assembleia Geral que não baixem a guarda diante da recente recuperação econômica e coloquem em prática as medidas anticrise que vêm sendo discutidas desde a cúpula do G20 em Washington, em novembro passado. “Quando a crise mundial alcançou seu ápice, o Brasil anunciou um empréstimo ao FMI no valor de US$ 10 bilhões e, desta maneira, passou a formar parte do seleto grupo de sócios doadores da instituição”, diz o jornal. O jornal diz que Brasília considera que a estrutura de órgãos como o Banco Mundial e o FMI está hoje totalmente obsoleta e não é representativa dos países emergentes. “Desta maneira, o Brasil enfrenta uma semana de ofensiva diplomática para consolidar sua condição de líder regional sul-americano e novo ator de transcendência no panorama internacional.” O Brasil, “que há anos assume o papel de porta-voz oficioso dos países em vias de desenvolvimento”, também deverá reclamar um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, “órgão onde se tomam as verdadeiras decisões”, diz o jornal. Para o Brasil, o assento seria uma forma de fazer com que os interesses do Terceiro Mundo sejam levados em conta “verdadeiramente”. Como argumento, o país conta com a indiscutível liderança na América do Sul, “esta supremacia se assenta em uma sólida economia que, segundo os analistas, já representa 57% do capital sul-americano”. |
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