Irã apresenta acordo de troca de combustível nuclear à AIEA
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Por Sylvia Westall
VIENA (Reuters) - O Irã apresentou na segunda-feira à agência nuclear da ONU os termos do acordo de intercâmbio de combustível nuclear, mediado na semana passada por Brasil e Turquia. Teerã qualificou o texto como um avanço na resolução da tensão internacional que cerca o seu programa atômico, embora não tenha demovido as potências ocidentais a buscarem novas sanções ao país.
O acordo foi proposto inicialmente pela ONU há seis meses, mas os EUA e seus aliados dizem que a proposta já foi superada pelos acontecimentos - inclusive a ampliação por parte do Irã das suas atividades de enriquecimento de urânio.
Seis grandes potências já definiram novas punições ao Irã - inclusive China e Rússia, que antes relutavam em aceitar uma quarta rodada de sanções ao país. Teerã diz que vai cancelar o acordo se o Conselho de Segurança da ONU aprovar a resolução proposta pelos EUA, possivelmente no mês que vem.
Alguns diplomatas dizem que só haverá acordo se o Irã parar de enriquecer urânio a 20 por cento, atividade que iniciou em fevereiro, alimentando as suspeitas ocidentais de que o país estaria secretamente desenvolvendo armas nucleares. Teerã diz que seu programa nuclear se destina à geração de energia para fins civis.
A proposta mediada por Brasil e Turquia foi entregue na segunda-feira pelo Irã numa reunião de 45 minutos do chefe do seu programa nuclear, Ali Akbar Salehi, com o diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, um órgão da ONU), Yukiya Amano, em Viena.
"O diretor-geral está entregando a carta aos Estados Unidos, França e Rússia para a sua consideração", disse a AIEA em nota.
Pelo plano entregue à AIEA - e como já previa a proposta de outubro - o Irã entregará à Turquia 1.200 quilos de urânio baixamente enriquecido, e no prazo de um ano receberá de volta 120 quilos de urânio enriquecido a 20 por cento, para uso em um reator de pesquisas médicas em Teerã.
Teoricamente, esse intercâmbio seria uma garantia à comunidade internacional de que o Irã não está desviando urânio enriquecido para atividades bélicas. Mas a comunidade internacional diz que, a esta altura, o estoque iraniano de urânio baixamente enriquecido já é bem maior do que 1.200 quilos, e que por isso ainda sobraria muito material para o Irã usar no suposto programa de armas nucleares.
Segundo o canal iraniano de TV Al Alam, a carta de Salehi aponta o acordo como "um importante passo adiante" na solução da crise.
A agência semioficial de notícias Fars declarou que a carta "será o começo de negociações mais detalhadas sobre a troca de combustível, por meio da assinatura de um acordo por escrito."
O Irã diz que, mesmo com o acordo, vai continuar enriquecendo urânio a 20 por cento e além. "Se eles continuarem assim, eu ficaria muito surpreso se este acordo do combustível der em alguma coisa," disse um diplomata ocidental.
Numa declaração que não deve contribuir para acalmar o Ocidente, o embaixador do Irã junto à AIEA, Ali Asghar Soltanieh, disse à Reuters que o eventual intercâmbio de combustível nuclear não restringe de forma alguma a atividade iraniana de enriquecimento. "Não é essa a questão", afirmou.
Turquia e Brasil - membros temporários do Conselho de Segurança da ONU - alegam que o acordo seria motivo suficiente para suspender, ao menos por enquanto, a discussão sobre novas sanções.
Potências ocidentais dizem que o Irã aceitou o acordo apenas para ganhar tempo contra novas sanções.
(Reportagem adicional de Robin Pomeroy em Teerã)
Em entrevista, uma autoridade da Agência Nuclear Iraniana, Bahzad Soltani, declarou que o país encaminhará nesta segunda-feira à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o acordo fechado na semana passada em Teerã.
A entrega será feita junto com as delegações do Brasil e da Turquia, mediadores do acordo.
Em discurso na reunião de prefeitos, em Brasília, o presidente Lula afirmou ter ficado triste com as críticas que recebeu por parte de "analistas" e da imprensa brasileira por ter mediado o acordo, acusando os críticos de "complexo de inferioridade".
"Eu fico triste porque no Brasil nós temos um complexo de inferioridade na cabeça de muita gente. Uma parte de nossa elite política, que escreve colunas (em jornais), que fica dizendo: ‘Mas o que o Brasil tinha que se meter? Aquilo não é coisa do Brasil’".
"O Brasil não tem que pedir licença a ninguém para conversar com quem quer que seja", disse o presidente, que afirmou considerar o acordo com o Irã como um “avanço extraordinário”. (Da BBC Brasil).
O presidente Lula intensificou os esforços para impedir sanções contra o o Irã e buscar o apoio da comunidade internacional para o acordo de troca de combustível acertado segunda-feira por Brasil e Turquia com o Irã.
Em discurso no encerramento da Marcha dos Prefeitos quinta-feira, Lula voltou a defender o diálogo e criticou os países que insistem em medidas punitivas:
– Há quantos anos vocês ouvem essa briga entre Estados Unidos e Irã? Eles queriam colocar o Irã na mesa para negociar, para que assumisse compromisso com a agência nuclear. Fomos ao Irã e conseguimos, depois de 18 horas de reunião e duas viagens do Celso Amorim, aquilo que o Conselho de Segurança queria que fosse feito há seis meses... É muito engraçado porque algumas pessoas não gostaram. Tem gente que não sabe fazer política se não tiver um inimigo, e sou daqueles que só sei fazer política construindo amigos.
Lula e o primeiro-ministro turco Recep Erdogan reforçarão sua posição em favor do diálogo na próxima semana, durante uma visita de Erdogan ao Brasil, onde participa quinta-feira do 3º Fórum Mundial da Aliança de Civilizações, no Rio de Janeiro. O programa nuclear iraniano deve predominar nas discussões, segundo diplomatas.
– A verdade nua e crua é a seguinte: o Irã, que era vendido como se fosse o demônio e que não queria negociar, resolveu sentar na mesa de negociação. Eu quero ver se os outros vão cumprir aquilo que pediam ao Irã – desafiou o presidente.
Lula voltou a atacar as críticas recebidas no Brasil de que o país não teria motivos para entrar nas discussões sobre o Irã e comparou o seu jeito de fazer política com o de outros países:
– Nós demos uma contribuição ao multilateralismo que deveria ser levada em conta. Esse é o jeito de o Brasil fazer as coisas – disse.
Rússia sinaliza apoio ao acordo Irã-Turquia mediado pelo Brasil
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, disse que seu governo pretende abrir espaço ao diálogo antes da adoção de eventuais sanções econômicas contra o Irã.
– Queremos ver o Irã honrar claramente seus compromissos e enviar o mais rapidamente possível um manifesto oficial por escrito à AIEA, de modo que um procedimento de troca de combustível possa ser homologado pela Agência – disse Lavrov, em visita a Roma. Leia mais aqui.
"Pesquisa vai e vem", disse o candidato do PSDB à presidência, José Serra, na manhã desta terça (18) no Ceará, sobre o resultado da pesquisa divulgada na segunda (17) pela CNT/Sensus, onde aparece em 2° lugar com 33,2% contra os 35,7% da pré-candidata Dilma Rousseff:; "Eu estive praticamente na frente, sempre, agora tem um empate. Mas logo vai desempatar, a coisa vai andar", disse em entrevista à rádio cearense Verdes Mares...Vai desempatar mesmo.Na próxima DataSerra e no Ibope,Dilma já vai aparecer a frente dele por mais de 3 pontos...Dilma pode mais!.
No jatinho do banqueiro
O banqueiro e ex-deputado Ronaldo Cezar Coelho emprestou seu novo jatinho, um Learjet 60, para José Serra fazer campanha pelo país. Hoje, José Serra está em campanha no Ceará, de jatinho novo.
A intermediação da crise entre Irã e as superpotências foi o mais importante passo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na política internacional. A opinião é da professora da Universidade de São Paulo (USP), a cientista política Maria do Socorro Braga. Ela acha ainda que Lula tornou-se um capacitado negociador de crises e, se o acordo for consumado, um possível candidato ao Nobel da Paz.
Por que não? Se o Obama (presidente dos Estados Unidos) ganhou com uma ação de retórica, Lula pode, sim, ser um candidato disse Braga.
Lula, segundo ela, ocupou um vácuo nas relações internacionais. É a mesma opinião de outro cientista político, Leonardo Barreto, da Universidade de Brasília (UnB).
Se o acordo se concretizar, essa será a maior vitória da história da diplomacia brasileira. Lula ganhará o Nobel de 2011 prevê Barreto, para quem o Brasil, recém chegado na arena internacional, já fez sua parte.
Maria do Socorro Braga diz ainda que o presidente tornou o Brasil protagonista de um evento internacional de grande envergadura, intermediando uma negociação que parecia impossível entre o Irã e as grandes potências representadas na ONU. Agora, segundo ela, há um caminho aberto para a construção de uma proposta consensual que pode ser confirmada pela ONU e sua Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Campanha fortalecida
A professora diz que o ato não foi uma ação isolada e que o Brasil, pela capacidade de dialogar, vem ocupando um papel relevante como negociador de acordos pela democracia. A vitória da diplomacia, segundo a cientista, fortalece a imagem de Lula e reflete positivamente na candidatura da ex-ministra Dilma Rousseff à Presidência. Barreto acha que Dilma já está capitalizando o sucesso da imagem internacional de Lula e aponta um dado interessante:
Pela primeira vez na história do país, a política externa vai interferir na política doméstica, influenciando nas eleições prevê.
Segundo Barreto, essa relação era um traço da política americana, onde o eleitor sempre votou pelas propostas internas e externas dos candidatos. O elogio de Obama, dizendo que Lula é o cara, as ações a diplomacia brasileira nas crise de Honduras e, sobretudo, na tragédia do Haiti, na avaliação de Barreto, também entrarão na campanha eleitoral.
Indagada segunda-feira sobre o acordo, Dilma disse que foi uma vitória da diplomacia brasileira e da política externa do governo Lula, onde o diálogo substituiu as tentativas de multas ou penalidades.
Ele (Lula) criou na América Latina um outro ambiente. A mesma coisa fez em relação à África e agora marca um gol em relação ao Oriente Médio disse a ex-ministra, afirmando que Lula deixa marca fortíssima no cenário internacional.
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse que o presidente usou a seu favor o fato de o Brasil ter uma índole pacífica e, ao mesmo tempo, abrigar colônias de povos que se digladiam em outras regiões, como árabes e palestinos:
Lula teve uma intuição forte. Avaliou que teria condições de propor que o Irã desse um passo para desanuviar o ambiente bélico e acertou.
Tucanos
Já a oposição vê com ceticismo a conclusão do acordo, mas reconhece que Lula e o governo brasileiro deram um passo importante. O senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, avalia com cautela.
Sem dúvida, houve um avanço, mas é preciso aguardar por causa dos antecedentes do Irã, que já aceitou acordos anteriores e depois recuou disse o senador, que reconhece o esforço do governo brasileiro. Lula teve um papel importante nesse episódio junto com o primeiro ministro da Turquia.Mais uma matéria do Jornal do Brasil
Um luz no fim do túnel. A manchete do jornal do Brasil saiu fora do tom da grande mídia. Leia a matéria
LULA VENCE, BRASIL BRILHA
BRASIL VIRA PROTAGONISTA MUNDIAL
Autor(es): Joana Duarte , Jornal do Brasil
Jornal do Brasil - 18/05/2010
O termo fechado em Teerã por Brasil e Turquia em torno do programa de enriquecimento de urânio do Irã já é considerado um marco na diplomacia. A mediação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva mostrou ser viável um caminho independente, fora do eixo e dos interlocutores tradicionais, e, a despeito das pressões em contrário, especialmente de potências hegemônicas como os EUA, foi bem sucedida. A Agencia Internacional de Energia Atômica ainda vai analisar o acordo, mas especialistas ouvidos pelo JB afirmam que a atuação de Lula na crise o aproxima de ganhar um Nobel da Paz.
O governo brasileiro amanheceu segunda-feira nas manchetes dos mais importantes veículos da mídia global, ao conseguir o empenho do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, em remeter parte do seu urânio enriquecido a 3,5% para a Turquia, onde o material nuclear será enriquecido a 20% no prazo de um ano, e em seguida devolvido ao Irã para abastecer um reator de pesquisa na usina de Natanz, no centro do país.
Embora Estados Unidos, França, Rússia e Reino Unido tenham reagido com ceticismo ao acordo e afirmado que ele não deve invalidar os esforços do Conselho de Segurança da ONU na busca por uma nova rodada de sanções contra o programa nuclear iraniano, a concessão de Ahmadinejad representa uma vitória da diplomacia brasileira, que conseguiu intermediar um plano de paz proposto inicialmente pelas potências ocidentais sob os auspícios da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), e rejeitado pelo Irã em outubro do ano passado.
Antes de embarcar de volta ao Brasil, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, festejou o novo acordo, afirmando que a cooperação e a amizade venceram a pressão nas negociações. A análise do chanceler foi uma resposta ao governo dos Estados Unidos que lideram a campanha internacional em favor da imposição de sanções ao Irã, por desconfiar que seu programa nuclear esconde a intenção de produzir armas atômicas.
Nós conversamos de maneira respeitosa e com convicção, com países em desenvolvimento que compreendem e sabem falar de uma maneira que não seja impositiva alfinetou Amorim depois de firmar o acordo. A nossa linguagem não é a pressão. A nossa linguagem é de persuasão, amizade e cooperação.
Para o professor de história contemporânea e moderna da UFRJ, Francisco Carlos Teixeira, o acordo mediado pelo Brasil representa um desafio à diplomacia americana baseada no poder militar. Francisco Carlos argumenta que a posição teimosa do presidente Lula, que obteve resultados surpreendentes, conseguiu iniciar a desconstrução de uma ordem mundial mantida desde o fim da 2ª Guerra Mundial:
O novo acordo sinaliza uma democratização das relações internacionais disse o historiador em entrevista ao JB. Além disso, mostra que a concentração de força militar não é necessária para que se consiga negociar no cenário internacional, o que beneficia o Brasil.
Realçando ainda mais a imagem de Lula no cenário internacional, o primeiro-ministro português, José Socrates, afirmou domingo em entrevista à Folha de São Paulo que apoiaria uma eventual candidatura do presidente ao cargo de secretário-geral das Nações Unidas.
Estaria na primeira fila desse apoio disse o premier. O presidente Lula é uma grande figura da política mundial.
Exigências
Entretanto, a proposta firmada por Irã, Turquia e Brasil não alcança, tecnicamente, o objetivo da proposta defendida pela AIEA em outubro, que era a de se obter uma pausa no programa nuclear iraniano para permitir negociações de fundo em um ambiente de confiança.
A AIEA pedia que o Irã enviasse, como prova de boa vontade, 70% das suas reservas de urânio à Rússia, onde seriam enriquecidos em 20%, transformados pela França em combustível e retornados para o reator de Teerã.
Desde então, o Irã duplicou suas reservas de urânio levemente enriquecido e também iniciou em fevereiro a produção de urânio altamente enriquecido em 20%, apavorando os ocidentais.
Os Estados Unidos ressaltaram em abril que a oferta da AIEA deve ser atualizada para levar em consideração as novas reservas e as novas capacidades de enriquecimento do Irã. Esta opção foi descartada por Teerã, que indicou segunda-feira que continuará enriquecendo urânio em 20%, aconteça o que acontecer.
A
"Foreign Policy" postou nove fotos de Lula fotografando jornalistas e outros em eventos globais e perguntou, aos internautas, "o que está acontecendo?"
Veja as fotos aqui
A "Foreign Policy" deu três análises sobre o acordo, com imagens de Lula e do primeiro-ministro da Turquia e chamadas como "A vingança das potências
médias" e "Declínio e queda dos parceiros da
América?".
Na terceira e mais destacada, o analista
David Rothkopf, sob o título "O Brasil e a Turquia acabaram de mudar o Oriente Médio para sempre?", avalia que a ação pode ter derrubado anos de "escolha binária", entre EUA e a União Soviética e depois EUA e a "comunidade internacional", no conflito para definir os rumos da região.
Em posts no "Financial Times", os correspondentes
Jonathan Wheatley e
David Gardner avaliaram que "tudo pode se dissolver", mas "a iniciativa do Brasil pode também evitar guerra com o Irã. Vale a tentativa".
Em post na
Al Jazeera, a correspondente para América Latina Lucia Newman avalia que, sob ataque da cobertura nos EUA e no próprio Brasil, Lula arrancou um "gesto de boa vontade" do Irã -e pode vir a "rir por último".
"Merece aplausos tanto a iniciativa brasileira como a coragem do ministro Celso Amorim. Todos eles só merecem aplausos. Não há dúvida de que [Lula] desempenhou um papel muito importante. Não há dúvida de que é um grande momento da diplomacia brasileira."
Do ex-ministro de FHC
Rubens Rcupero em entrevista ao
Terra.
Na imprensa internacional não se fala em empate técnico
Sobre a pesquisa Vox Populi do final de semana, no enunciado da agência
Reuters, "Rousseff à frente". Da
Bloomberg, "Rousseff supera Serra". Da
Xinhua, "lidera pesquisa". Também sobre a pesquisa Sensus de ontem, na
Dow Jones, "Rousseff lidera".
Enfim...uma luz
Na manchete do portal
iG ao longo do dia, pouco atento ao acordo no Irã, "Geração de empregos bate recorde". Foi "o maior volume da história em um mês" e também "o melhor quadrimestre da
história".
No
G1 da Globo, depois, também em manchete, "Criação de empregos bate recorde em abril".Do Nelson de Sá
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), padrinho político e mestre de José Serra (PSDB/SP), demonstrou inveja, quando tentou diminuir nesta segunda-feira (17) a atuação do presidente Lula no fechamento do acordo nuclear com o Irã.
Questionado se o Brasil havia feito um “gol” para a solução do impasse, FHC respondeu: “Precisa ver o juiz apitar que deu o gol mesmo, ou se houve impedimento. Eu não sei.”
Quem FHC pensa que é "o juiz"? Hilary Clinton? Barack Obama? É triste a subserviência de FHC a Washington. Ele nunca entendeu o tamanho e a importância do Brasil, por isso fez um governo tão subserviente e entreguista, que atrasou o Brasil por 8 anos.
Antes disso, FHC relutou em comentar o assunto e só falou após insistência dos jornalistas. “Eu não posso falar do Irã, porque cheguei há pouco do México. Não li nada”, justificou.
Em entrevista à rádio CBN, na manhã desta segunda, Dilma Rousseff (PT) disse que Lula “marca um gol no Oriente Médio” ao fechar o acordo com o Irã.
Serra também se recusou a comentar. Disse desconhecer os termos do acordo nuclear com o Irã mediado por Lula, e preferiu não comentar o assunto.
Também preferiu não falar das duas recentes pesquisas - Vox Populi divulgada neste domingo e CNT/Sensus desta segunda-feira -, que mostram que ele foi ultrapassado por Dilma.
Como se vê, a inveja é uma merda, mas a subserviência é pior ainda. O povo está vendo quem é quem.
Para entender um pouco melhor a importância que o Brasil alcançou com a liderança mundial do presidente Lula, basta ver esse vídeo da TV CNN turca.
Não precisa entender o áudio em turco. As imagens falam por si: a Turquia é parte do acordo, e vejam a dimensão que notícia dá ao presidente Lula e ao ministro Celso Amorim:
Por isso, mudem de canal e joguem no lixo qualquer jornal ou revista que tentar desqualificar a importância da política externa brasileira, do governo Lula.
É Lula lá, a estrela brilha mais no alto, até no Oriente Médio. É a esperança vencendo medo de novo, não só no Brasil, mas no mundo.
Numa entrevista à rádio CBN, com o jornalista tucano Heródoto Barbeiro, na manhã desta segunda-feira (17), Dilma Rousseff, declarou que o Presidente Lula "marcou um gol" ao fechar o acordo entre Brasil, Irã e Turquia "Uma vitória sem a menor dúvida da diplomacia brasileira, mas sobretudo da política externa do Presidente Lula". Dilma estima que ele "tem imensa relevância nesse passo, assume relevância internacional, de líder mundial".
Confira alguns pontos da entrevista.
Honduras
"O novo governo de Honduras não foi reconhecido por uma questão conceitual, de princípio. Não reconhecemos governos que chegam ao poder por golpe de Estado".
Indicações políticas
Dilma disse que as indicações de partidos políticos para agências reguladoras não são necessariamente "aparelhamento do Estado". "Não acredito que um partido político indicar um integrante pra uma agência, significa que ele não seja competente", defendeu. "Aqui em São Paulo, o presidente da agência de transporte é um deputado federal do PSDB. Nem por isso eu posso considerar que a gerência de transporte de São Paulo seja aparelhada".
"No caso do Brasil, nós incorporamos e mantivemos os cargos de segundo escalão... A indicação política tem que preencher critérios", arrematou. Dilma defendeu "mais engenheiros, mais técnicos, mais professores e menos auxiliares de serviço geral".
Dilma x Miriam
A jornalista Miriam Leitão causou momentos em que Dilma Rousseff teve uma reação mais incisiva, ao abordar a mudança de posição da Dilma a respeito do corte de gastos públicos. Segundo Miriam, Dilma tinha uma posição contrária ao presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.
"Nossa visão de ajuste de longo prazo ainda não estava completa. O ajuste fiscal de longo prazo é algo que você constrói...", rebateu Dilma. "Sou integrante da junta orçamentária, todos os cortes de gastos, em 2005, 2006, 2007, 2008 e 2009 foram aprovados com meu acordo. Todos os superávits primários foram aprovados com meu acordo... O único governo que perseguiu queda sistemática do endividamento foi o do Presidente Lula".
Interrompida pela jornalista, Dilma tentou corrigi-la: "Ah, você está falando de dívida bruta, não é? Vamos discutir por que a dívida bruta cresceu". Outra vez cortada por Miriam, Dilma disse;"Me desculpa, Miriam, você não está falando uma coisa correta... Você está equivocada no que diz respeito a números".
Dilma disse que o governo fez um desvio muito necessário (em gastos públicos) pra gente poder sair da crise sem maiores nem grandes consequências".
Reforma da Previdência
"Se vai ter reforma da Previdência ou se se trata de ajustes... A reforma da previdência no sentido amplo apresenta algumas armadilhas... Defendo hoje que a gente ajuste a Previdênca sistematicamente... Aumentou a expectativa de vida, é uma vantagem. Mas, se ocorreu um aumento, vamos fazer ajuste... Vai ter que negociar a mudança de regras com a sociedade... Você não faz qualquer ajuste na Previdência sem dialogar com a população".
Jornada de 40 horas
Dilma afirmou que a redução da jornada de trabalho para 40 horas, proposta por centrais sindicais, não é "uma questão do governo federal". "As pessoas têm que distinguir quem está no governo e quem está no movimento sindical". A petista afirmou que mudança teria que ser construída "entre o movimento sindical e as associações empresariais" e não "voltar a 1930, quando o governo impunha uma política salarial".
Ouça a entrevista completa aquiNa manchete dos israelenses
Ynet e
"Haaretz", "Irã e Brasil alcançam acordo sobre troca de combustível". Também no
"New York Times" "Turquia e Brasil selam acordo".Na agência ocidental, a
Bloomberg, foi na mesma linha, também citando o chanceler turco, ouvido pela agência Anatolia.
Nos sites do canal iraniano PressTV e das agências iranianas Irna e Fars, nada de acordo. As manchetes ecoavam elogios ao Brasil, do
presidente e do
"líder supremo".
"China Daily", num texto intitulado "Diálogo é o melhor caminho para a questão nuclear do Irã", o porta-voz da chancelaria declarou que Pequim, "como sempre, acredita que a negociação é a melhor opção para resolver o assunto", mas defendeu a estratégia em "duas trilhas". Na outra, as sanções do Conselho de Segurança.
"Conforme a relação EUA-China se tornar mais problemática, as corporações americanas investirão mais no Brasil, assim como as chinesas. Então, o Brasil leva vantagem nisso tudo." Do presidente do Eurasia Group, consultoria de "risco político" de multinacionais americanas, IAN BREMMER, ao prever uma escalada de conflitos entre as empresas dos EUA e da China, em entrevista ao
"Barron's", destacada também no "Financial Times".Do Nelson de Sá
Mais uma vitória do Presidente Lula
A professsora universitária francesa Clotilde Reiss chegou ontem a Paris, depois de ficar dez meses detida no Irã sob a acusação de espionagem. A libertação foi negociada com a ajuda do Brasil, a quem o presidente da França, Nicolas Sarkozy, agradeceu.
O retorno da professora à França concluiu um período de tensão extra entre Paris e Teerã, desde a prisão de Reiss após as manifestações contra o resultado das eleições iranianas, em junho de 2009.
Sarkozy agradeceu ao Presidente Lula, na negociaçõe com o governo iraniano para a libertação. "Clotilde Reiss estava detida no Irã desde 2009", disse o presidente francês em um comunicado. O governo brasileiro comemorou a notícia.
o assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, disse ao colega brasileiro que a decisão de libertar Reiss "foi um presente para o Brasil".
Garcia disse que a libertação da professora francesa foi resultado de meses de "diplomacia silenciosa" do Brasil.
Retornando de um dia inteiro de negociações, o chanceler Celso Amorim não escondia sua satisfação. "É uma bela coincidência", comentou o chanceler, associando a libertação de Reiss à obtenção de um acordo com o governo iraniano.
O embaixador do Brasil no Irã, Antônio Salgado, disse que a própria Clotilde Reiss enviou uma mensagem de agradecimento ao Brasil pelos esforços.