Política externa do governo Lula avança, conquistando apoios
Em visita ao Brasil, o primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyiq Erdogan, chamou de “invejosos” os Estados Unidos e demais os países contrários ao acordo nuclear do Irã.
Para ele, as grandes potências não conseguem aceitar a vitória do Brasil e da Turquia na negociação de uma proposta que encerra um impasse após muitos anos de articulações.
“Aqueles que criticam o processo [de negociação em favor do acordo nuclear do Irã] são invejosos. Fizemos o que é certo... O que fizemos é produto do nosso esforço e das negociações”, disse Erdogan, ressaltando ter enviado cartas a 27 países para que apoiem o acordo nuclear.
Primeiro-ministro português também manifesta apoio
O primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, manifestou apoio à ação política brasileira na crise que envolve o programa de enriquecimento de urânio iraniano. De acordo com Sócrates, a iniciativa do Brasil de buscar um acordo entre o Irã e as potências ocidentais foi um “passo na direção certa”, que agora precisa ser acompanhado pela comunidade internacional.
“A iniciativa do presidente Lula foi em favor da paz e do respeito pelo direito internacional. Foi recebida pela comunidade internacional com a satisfação de ver alguém dar uma passo no sentido do respeito”, disse Sócrates, em São Paulo, em entrevista na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Secretário Geral da ONU elogia Brasil e afirma que acordo nuclear do Irã pode ser importante para amenizar tensões
Na avaliação do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon (também em visita ao Brasil), o acordo assinado pelo Irã com a intermediação do Brasil e da Turquia pode vir a se tornar um passo importante para aliviar as tensões internacionais criadas a partir do avanço do programa nuclear iraniano.
Ressalvou que “a falta de confiança no Irã, que declarou que continuará a enriquecer urânio a 20%, é que causa preocupação à comunidade internacional. Eu venho recomendando que os programas sejam exclusivos para fins pacíficos e não bélico e o Irã não é uma exceção”.
Ban Ki-moon elogiou o papel do presidente Lula:
"O desenvolvimento do programa nuclear iraniano tornou-se preocupação de toda a comunidade internacional e nesse ponto a iniciativa do presidente Lula foi um passo importante na direção de uma solução para um acordo de paz. Agora é necessário que haja equilíbrio nessas discussões entre as partes envolvidas e que o Irã continue conversando”, disse aos jornalistas.
O secretário-geral também ressaltou o crescimento do papel do Brasil no cenário internacional.
Hillary Clinton diz que EUA e Brasil divergem seriamente sobre o Irã
A secretária de Estado estadunidense, Hillary Clinton, disse, em Washington, que os Estados Unidos têm divergências “muito sérias” com o Brasil em relação à abordagem da questão nuclear iraniana mas elas não afetam o bom relacionamento entre os dois países. “A discordância", disse a secretária, "não enfraquece nosso comprometimento em encarar o Brasil como um amigo e um parceiro. Nós queremos com o Brasil uma relação que passe no teste do tempo.”
Do ponto de vista do Brasil, foi-se o tempo em que não divergia dos EUA. Foi-se também o tempo em que ficava sozinho quando divergisse (Informações da Agência Brasil)