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Nosso objetivo não é engrandecer um homem, o Presidente Lula, mas homenagear, como brasileiro que ama esta terra e esta gente, o que este homem tem provado, em pouco tempo, depois de tanto preconceito e perseguição ideológica, do que somos capazes diante de nós mesmos, e do mundo, e que não sabíamos, e não vivíamos isto, por incompetência ou fraude de tudo e todos que nos governaram até aqui. Não engrandecemos um homem, mas o que ele pagou e tem pago, para provar do que somos.

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sexta-feira, 21 de maio de 2010

O Brasil, sua mídia, o Irã e as potências mundiais

"Por que os EUA insistem na solução violenta?"

Kaveh L Afrasiabi, Asia Times Online (de Teerã) / NovaE

“Com a confirmação do acordo de Teerã, para troca de combustível nuclear, aproximando-se dos EUA como bola-de-efeito lançada por mão de mestre, os EUA veem-se forçados chutar de-qualquer-jeito, ‘bola pro mato’, para longe da quadra, e pressionam como podem para impor mais sanções contra o Irã.

Washington garantiu que conta com apoio de russos e chineses (obtido “de ontem para hoje”) para as sanções que dependem de aprovação pelo Conselho de Segurança e não são condicionadas a qualquer acordo sobre a proposta viabilizada na 2ª-feira por Turquia e Brasil para fazer baixar o nível de tensão do impasse nuclear.
Depois de meses de negociações e um dia depois da declaração trilateral, a divulgação de um rascunho de resolução da ONU que representaria uma quarta rodada de sanções – caso seja aprovada –, seria “a única resposta aceitável aos esforços que empreendemos no Irã nos últimos dias”, nas palavras da secretária de Estado dos EUA Hillary Clinton.

É possível que Clinton esteja sob intensa pressão para elevar a aposta dos EUA na aprovação das tensões, com editorial do Wall Street Journal, ontem, pintando o acordo de Teerã na 2ª-feira como “fiasco” e “debacle” da diplomacia do presidente Obama[1].
O acordo de Teerã tem potencial para gerar dúvidas em quantidade suficiente para adiar a discussão das sanções ou para abalar o empenho da Casa Branca a favor de sanções, sobretudo se se considera que a Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA), de fiscais da ONU para questões de energia nuclear, ainda tem de analisar os detalhes do acordo que abre, sim, via alternativa importante às sanções.

“Há muitas perguntas ainda sem resposta, no acordo anunciado em Teerã”, disse Clinton em comunicado no qual reconhece os esforços de Turquia e Brasil para encontrar saída para o impasse. “Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU” [Rússia, China, EUA, Reino Unido e França + a Alemanha, conhecidos como “Irã-6”], tentam arregimentar a comunidade internacional a favor de sanções duras, que, na nossa opinião, implicam mensagem muito clara sobre o que se pode esperar do Irã”, disse Clinton na mesma declaração.

Clinton disse à noite que o ministro das Relações Estrangeiras da Rússia Sergei Lavrov, lhe dissera que Moscou continua a concordar com o texto rascunhado de resolução, mesmo depois do acordado entre Irã, Brasil e Turquia. Ma Zhaoxu, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China disse que Brasil e Turquia “ajudaram o processo de solução pacífica para a questão nuclear iraniana pelo diálogo e o entendimento”.
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Nome do Brasil cresce após acordo com Irã, diz Alencar

O presidente da República em exercício, José Alencar, disse nesta quarta-feira em São Paulo que o nome do Brasil cresceu com o acordo firmado com o Irã. "O Brasil fez muito bem. O nome do nosso País cresceu mais uma vez, mostrou que é um país a favor da paz, que tem tradição de paz. Nossa independência foi feita com paz, nossa proclamação da Reública foi com paz", afirmou o vice-presidente.

Vermelho.org

Apesar da declaração, Alencar disse que ainda é cedo para dizer que o Brasil está isolado na posição de defender o acordo sobre enriquecimento de urânio estabelecido com o Irã, apesar de os Estados Unidos terem anunciado que tem o apoio de outros países para que o Conselho de Segurança das Nações Unidas aplique novas sanções ao país.

"Acho que é muito cedo para considerar que o Brasil esteja em uma posição isolada e mesmo que estivesse, estaria isolado ao lado de alguma coisa importante que é o diálogo e a paz", disse Alencar após cerimônia de comemoração dos 23 anos do Hospital da Força Aérea de Brasília.”
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Lula diz que solução para Irã depende de disposição da ONU


Reuters

“O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira, em Madrid, que uma solução para o impasse envolvendo o programa nuclear do Irã dependerá da disposição de negociar dos países que formam o Conselho de Segurança da ONU.

Os comentários do presidente foram feitos após os cinco membros permanentes do Conselho --EUA, Grã-Bretanha, França, Rússia e China-- concordarem com um esboço de resolução com novas sanções à República Islâmica.

A decisão de buscar uma quarta rodada de sanções foi tomada no dia seguinte a Brasil e Turquia mediarem, durante visita de Lula a Teerã, um acordo de troca de combustível nuclear com o Irã, que tinha o objetivo de evitar a imposição de sanções ao país.

"Nós fizemos exatamente o que os Estados Unidos queriam fazer há cinco, seis meses atrás. Qual era o grande problema do Irã? Era que ninguém conseguia fazer o Irã sentar na mesa para negociar", disse Lula em discurso durante almoço-conferência do seminário "Brasil: Parceria para uma Nova Economia Global".

Pelo acordo, o Irã enviará 1.200 quilos de seu urânio de baixo enriquecimento para a Turquia e, em troca, receberá 120 quilos de combustível para um reator de pesquisas médicas localizado na capital iraniana.

"Agora depende do Conselho de Segurança da ONU sentar com disposição para negociar, porque se sentar sem disposição para negociar, vai voltar tudo à estaca zero", afirmou Lula, segundo áudio divulgado pela Presidência da República.”
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Não deu no Jornal Nacional: sanções contra o Irã são 'bofetada na diplomacia dos emergentes', diz jornal britânico


Um editorial do jornal britânico The Guardian afirma que a resolução proposta pelos Estados Unidos no Conselho de Segurança da ONU prevendo sanções contra Teerã é uma "bofetada nos esforços de negociação" das potências emergentes.

BBC Brasil

O texto defende o acordo negociado na segunda-feira por Brasil e Turquia com o Irã. Para o jornal, o entendimento turco-brasileiro é "o mais perto que chegamos até agora do início de uma resolução" para a questão nuclear iraniana.

Por isso, diz o Guardian, "a proposta de resolução (promovida pelos EUA) pode ser interpretada como uma bofetada das grandes potências nos esforços de negociação de outros países. Mas, em um mundo multipolar, Barack Obama não pode simplesmente fazer isso."

"A Turquia está emergindo como uma importante potência diplomática no Oriente Médio. Turquia e Brasil, o outro mediador do acordo, são membros não-permanentes do Conselho de Segurança e signatários do tratado de não-proliferação. O Japão, igualmente, compartilha o comprometimento de encontrar uma solução diplomática neste impasse com o Irã. Juntas, essas nações assumiram o papel de mediadores honestos abandonados pela Grã-Bretanha, a França e a Alemanha."
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Uma questão diplomática

Mauro Santayana, JB Online

“O iconoclasta Nelson Rodrigues, cujo verbo ácido a ninguém poupava, amava o povo brasileiro a ponto de espicaçá-lo com falso desdém: era a sua forma de despertar os nossos brios esmaecidos. Dele é a cáustica observação de que “o brasileiro tem complexo de vira-lata”. Não há dúvida de que muitos brasileiros, principalmente nas elites, guardam o deslumbramento dos nativos diante do estrangeiro que chegava do mar. Não fomos os únicos: os bravos guerreiros astecas viram nos invasores espanhóis, montados em portentosos cavalos – que eles não conheciam – centauros invencíveis.

Se Nelson estivesse vivo, provavelmente repetiria o constrangido epíteto: a reação de alguns brasileiros ao acordo obtido por Lula e pelo primeiro-ministro turco Erdogan, com Ahmadinejad, do Irã, é a de que não temos credenciais para nos metermos “em assuntos que não nos concernem”. O raciocínio parte de uma dúvida intimidadora: se o entendimento não der certo, perderemos credibilidade internacional. É um raciocínio que cambaleia, do ponto de vista moral. Ninguém pode desgastar-se por procurar a paz. Não caminha tampouco o argumento de que a situação no Oriente Médio não nos interesse. Com o surgimento da América, as divergências, direta ou indiretamente, começaram a atravessar o oceano. Disso fomos vítimas quando a Holanda, em conflito com a Espanha – a que Portugal estava então unido – invadiu a Bahia e Pernambuco. A partir de 1914, todas as guerras passaram a ser planetárias, mesmo quando o teatro de operações se limite na geografia.

O problema do Oriente Médio nos toca profundamente. Fomos corresponsáveis, com a decidida posição de Oswaldo Aranha – que presidia a Assembléia Geral da ONU em São Francisco – pela criação do Estado de Israel, e de um Estado palestino no mesmo território. Se as nações fossem movidas de mauvaise conscience, estaríamos hoje avaliando se fizemos o melhor em 1948. Concluiríamos que não agimos mal, porque obedecíamos às circunstâncias históricas. E porque não agimos mal naquele momento, agimos bem, agora, quando tentamos esvaziar as tensões entre o Irã e Israel. O confronto não nos interessa, embora possa interessar ao lobby sionista dos Estados Unidos e da Europa. E atuamos com o mesmo sentimento de justiça quando cobramos o cumprimento de todas as resoluções da ONU que exigem a independência e soberania do povo palestino em fronteiras seguras.”
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Ofensa pessoal

Tânia Fusco, Blog do Noblat

“Imagine se fosse a presidente da Argentina e não o Lula a protagonista de um acordo como esse que envolve Irã e Turquia? Argentinos de A a Z estariam todos de peito estufado enrolados no azul e branco do orgulho nacional. Si, si. Como no? Hicimos! Cada argentino carregaria vida afora uma porção dessa glorieta.

Mas aqui não. Aliás, já disse Tom Jobim: No Brasil, sucesso é ofensa pessoal. E a torcida do contra vem que vem. No caso dessa intermediação com o Irã tem sido de lascar. Ou se debocha da ousadia de Lula de se meter em briga de cachorros tão grandes assim.

E, ainda por cima, ter a ousadia de ir contra a posição oficial dos donos do mundo? Ou tenta-se provar por A mais B que não vai dar certo por isso, aquilo e aquele outro. Afinal, esse pulo ainda é maior do que nossas pernocas emergentes.

A causa do nariz torcido seria ranhetice da nossa inteligenzia? Complexo crônico de inferioridade? Ou será preconceito – aquele escondidinho que aflora até sem querer, quebrando a cadeia do politicamente correto? O que é que esse Lula ta pensando? Não basta ser o cara local, e agora quer também ser o cara mundial, antagonista do belo Obama? Ganhar Copa do Mundo é obrigação. Se meter na política internacional já é pretensão demais. Esse Lula não se enxerga, não?”
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Amorim: acordo é saída para deter enriquecimento de urânio do Irã

Ray Colitt, Reuters

“O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou nesta terça-feira que levar adiante o acordo com o Irã, mediado por Brasil e Turquia, é a melhor forma de garantir que o país não continuará a enriquecer de urânio.

Para o chanceler, o fato de o Irã ter anunciado que manteria seu processo de enriquecimento de urânio a 20 por cento, após ser divulgado o acordo intermediado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não enfraquece o compromisso firmado pelo país.

Ignorar o acordo, segundo o chanceler, representa uma atitude de desprezar uma solução pacífica.

"Esta é a primeira vez que o Irã aceita, por escrito, a proposta, sem condicionalidades", disse em entrevista Amorim, que esteve com Lula em Teerã. "Está é a porta de entrada para um processo de discussão mais ampla."

O chanceler acrescentou que a maior garantia de que não está havendo um desvio do programa nuclear iraniano para atividades militares seria a presença de inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) no Irã, e isto está "garantindo implicitamente" no acordo.

"Todos os pontos que eram considerados essenciais para esse acordo para troca de urânio, que era considerado o passaporte para uma solução negociada e pacífica, foram preenchidos", afirmou Amorim, acrescentando que o governo iraniano se comprometeu a escrever uma carta à AIEA formalizando os termos do acordo.”
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China defende acordo nuclear; potências insistem em sanção

O governo da China, um dos cinco países com poder de veto no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), anunciou nesta terça-feira (18) ser favorável ao acordo para a troca de combustível nuclear iraniano em território turco, assinado na segunda-feira por Irã, Brasil e Turquia.

Vermelho.org

"Apoiamos o acordo, consideramos importante", declarou o porta-voz do ministério das Relações Exteriores da China, Ma Zhaoxu. "Esperamos que isto ajude a promover uma solução pacífica à questão nuclear iraniana", acrescentou.

Irã, Turquia e Brasil assinaram, nesta segunda-feira (17), um acordo de troca de combustível nuclear iraniano em território turco. O documento determina que o Irã enviará à Turquia 1.200 quilos de urânio enriquecido a 3,5%, em troca de 120 quilos de urânio enriquecido a 20%, com monitoramento de organismos internacionais.

Assim como o Brasil, os chineses insistem na via diplomática para a solução do impasse em torno do programa nuclear iraniano, ao contrário de Estados Unidos, Reino Unido e França - todos países com armamento nuclear -, que defendem a aplicação de novas sanções à nação islâmica.

Ainda nesta segunda, os Estados Unidos informaram que, apesar do acordo representar um "passo positivo", seguirão pressionando por novas sanções do Conselho de Segurança da ONU a Teerã. "Dadas as repetidas vezes em que o Irã falhou em cumprir suas promessas e a necessidade de lidar com questões fundamentais ligadas ao programa nuclear, os EUA e a comunidade internacional continuam a ter sérias preocupações", disse Robert Gibbs, porta-voz da Casa Branca.”
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"Lula merece aplausos", opina Ricupero sobre acordo com Irã

Ana Cláudia Barros, Terra Magazine

“Crítico feroz da aproximação entre Brasil e Irã, que classifica de incoerente, o ex-embaixador brasileiro nos Estados Unidos, Rubens Ricupero, declarou que a atuação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Teerã "merece aplausos". Ao lado do primeiro-ministro turco Recep Tayyip Erdogan, Lula, até primeira ordem, convenceu o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, a aceitar o acordo para troca de material nuclear.

- Embora eu não esperasse um resultado positivo, isso me parece que merece aplausos. Tanto a iniciativa brasileira como a coragem do ministro Celso Amorim. Todos eles só merecem aplausos. Não há dúvida de que ele (Lula) desempenhou papel muito importante. Acho que todos os brasileiros devem se sentir muito satisfeitos com esse resultado. Não há dúvida nenhuma de que é um grande momento da diplomacia brasileira.

Ricupero explica por que era cético em relação às negociações com Ahmadinejad:

- O passado recente do Irã tem registrado casos similares, em que eles aparentemente aceitaram essa mesma ideia do enriquecimento do urânio fora do país e depois recuaram. É verdade que, desta vez, a situação é diferente. No episódio anterior, o enriquecimento do urânio se faria em território de países ocidentais, e depois o Irã receberia de volta. E o Irã não teve confiança de que isso acontecesse e queria que a troca do material fosse feita no seu próprio território. Pode ser que agora, com o fato de ser na Turquia (onde será feita a troca de urânio, conforme o acordo), que é um país muçulmano, a coisa seja diferente.”
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Iraniano reconhece "vitória brasileira"


Monitor Mercantil

“O analista internacional iraniano Mohammad Marandi, da Universidade de Teerã, afirmou nesta segunda-feira que o acordo firmado pelo Irã com a Turquia sobre o enriquecimento do urânio é resultado da vitória da diplomacia brasileira e uma resposta aos Estados Unidos.

Segundo informações da BBC Brasil, o analista considera que o Brasil responde às críticas de outros países ocidentais, como os EUA e seus aliados, que não acreditavam que Lula e seu corpo diplomático pudessem fazer algo diferente do que já havia sido tentado.

"Apesar das dificuldades de conseguir o acordo, o presidente Lula arriscou sua fama internacional para conseguir intermediar uma proposta que trouxesse o governo iraniano de volta à mesa de negociações", disse Marandi. "Lula calou a boca dos EUA e da secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, que mais de uma vez menosprezou os esforços turcos e brasileiros".

Para Marandi, a vitória turca e brasileira deveu-se ao fato de o Irã acreditar que os dois países são mais confiáveis que os outros do Conselho de Segurança das Nações Unidas.”

Obama disse em carta a Lula que acordo com Irã criaria confiança

'Nós observamos o Irã dar sinais de flexibilidade ao senhor e outros, mas, formalmente, reiterar uma posição inaceitável pelos canais oficiais da AIEA', disse o presidente dos EUA, Barack Obama. 20/05/2010 REUTERS/Jonathan Ernst

Foto: Reuters: 'Nós observamos o Irã dar sinais de flexibilidade ao senhor e outros, mas, formalmente, reiterar...Por Natuza Nery

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou em uma carta ao seu colega brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva que o acerto de troca de combustível nuclear com o Irã criaria "confiança" no mundo, segundo trechos do documento obtidos pela Reuters nesta sexta-feira e enviado há 15 dias, antes do acordo de Teerã.

O Brasil, que mediou com a Turquia o acordo com o Irã, alega que a carta de Obama inspirou a maioria dos pontos da Declaração de Teerã, por meio da qual a "República Islâmica do Irã concorda em depositar 1.200 quilos de urânio levemente enriquecido" na Turquia. Em troca, o país receberia 120 quilos de combustível para um reator de pesquisas médicas localizado na capital iraniana.

A Reuters teve acesso a trechos da correspondência--enviada a Lula há cerca de duas semanas--e comparou alguns de seus pontos com o acordo assinado na última segunda-feira.

Nela, Obama retoma os termos do acordo que o Grupo de Viena havia proposto no ano passado, cujos principais elementos constam no acerto entre Brasil, Turquia e Irã.

"Do nosso ponto de vista, uma decisão do Irã de enviar 1.200 quilos de urânio de baixo enriquecimento para fora do país geraria confiança e diminuiria as tensões regionais por meio da redução do estoque iraniano" de LEU (urânio levemente enriquecido na sigla em inglês), diz Obama, segundo trechos obtidos da carta.

Após o anúncio do acordo, no entanto, os Estados Unidos anunciaram que os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (EUA, Grã-Bretanha, França, China, Rússia) concordaram com um esboço de resolução contendo novas sanções à República Islâmica.

"Nós observamos o Irã dar sinais de flexibilidade ao senhor e outros, mas, formalmente, reiterar uma posição inaceitável pelos canais oficiais da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica)", acrescentou o presidente dos EUA.

Segundo a Declaração de Teerã, O Irã se compromete a notificar à AIEA, por escrito, por meio dos canais oficiais, sua concordância com os termos do acordo em até sete dias a contar da data do documento. Esse prazo se expira na próxima segunda-feira.

"O Irã continua a rejeitar a proposta da AIEA e insiste em reter seu urânio de baixo enriquecimento em seu próprio território até a entrega do combustível nuclear", afirmou Obama na carta.

Segundo a Declaração de Teerã, "a República Islâmica do Irã expressa estar pronta a depositar seu LEU dentro de um mês".

Obama manifestava, ainda na carta, preocupação com a possibilidade de o Irã acumular, no prazo de um ano, estoque necessário para construir "duas ou três armas nucleares".

"Para iniciar um processo diplomático construtivo, o Irã precisa transmitir à AIEA um compromisso construtivo de engajamento, através dos canais oficiais, algo que não foi feito até o momento. No meio tempo, insistiremos na aprovação de sanções."

A Declaração de Teerã deixa claro, ainda, que o acordo para a "troca de combustível nuclear é um ponto de partida para o começo da cooperação e um passo positivo e construtivo entre as nações".

Após o anúncio do acordo mediado por Brasil e Turquia na segunda-feira, autoridades iranianas afirmaram que o país manterá suas atividades de enriquecimento de urânio, ao que Estados Unidos e outras potências ocidentais se opõem.

O Ocidente suspeita que o programa nuclear iraniano tem o objetivo de construir armas nucleares, mas Teerã afirma que seu fim é a geração de eletricidade para fins pacíficos.

Segundo autoridades dos EUA, o Irã teria manipulado Brasil e Turquia com o objetivo de ganhar tempo e adiar a imposição de novas sanções.