BRASÍLIA - Dados do IBGE apresentados ontem pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante, mostram que a presença de jovens pretos e pardos no ensino superior cresceu nos últimos 14 anos, embora permaneça distante da realidade da juventude branca. Em 1997, apenas 1,8% da população preta de 18 a 24 anos estava ou já tinha se formado na universidade, índice que subiu para 8,8% em 2011. No caso dos pardos, o crescimento foi de 2,2% para 11%, no mesmo período.
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Os dados fazem parte da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE, que utiliza o critério de autodeclaração dos entrevistados. De 1997 a 2011, o percentual de jovens de 18 a 24 anos que já tinham diploma ou frequentavam a universidade passou de 11,4% para 25,6%.
- Políticas de inclusão são indispensáveis num país como o nosso - disse o ministro.
Ele defendeu a Lei de Cotas nas universidades e nos institutos federais, que começará a valer no próximo vestibular, com duração prevista até 2016. Para o ministro, o objetivo é que as matrículas no ensino superior passem a refletir a realidade do conjunto da população brasileira captada pelo Censo do IBGE. Ou seja, que as faculdades tenham 7,6% de estudantes pretos e 43,13% de pardos.
A Pnad registra avanços também no acesso da população de baixa e alta renda. Entre os brasileiros que fazem parte dos 20% mais pobres da população, a presença na universidade passou de 0,5%, em 1997, para 0,6%, em 2004, saltando para 4,2% em 2011. O aumento ocorreu justamente no período que coincide com a criação do ProUni, que concede bolsas em faculdades privadas a estudantes de baixa renda, pretos, pardos e indígenas.
O ministro disse que um novo programa de bolsas, que trocará dívidas de faculdades particulares por vagas a partir de 2013, deverá oferecer entre 100 mil e 300 mil novas bolsas no ano que vem. O ProUni, por sua vez, já atendeu 1,1 milhão de universitários.
Entre os brasileiros que fazem parte dos 20% mais ricos da população, o acesso ao ensino superior também aumentou: de 22,9% (em 1997) para 41,6% (em 2004) e 47,1% (em 2011).
Aloizio Mercadante disse que o secretário de Educação Superior do MEC, Amaro Lins, vai se reunir nesta semana com pró-reitores das 59 universidades federais para definir um modelo nacional de acolhimento e apoio pedagógico para cotistas.