Apesar de PIB baixo, ganho real médio deve ser maior desde 1996, diz Dieese
No primeiro semestre de 2012, 97% dos 370 reajustes salariais ficaram acima da inflação
Apesar de o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil fechar com crescimento de 0,9% em 2012, o menor índice desde 2009 na comparação anual, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o ganho real médio dos trabalhadores brasileiros deve ser o maior desde 1996.
Essa é a previsão de José Silvestre Prado de Oliveira, coordenador de relações sindicais do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
No primeiro semestre de 2012, 97% dos 370 reajustes analisados ficaram acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC-IBGE), segundo balanço divulgado pelo Dieese. O ganho real médio no período foi de 2,23% acima da inflação.
Os dados do acumulado de 2012 serão divulgados no fim deste mês, mas, segundo previsão de Silvestre, devem bater recorde e confirmar a tendência positiva dos primeiros seis meses do ano.
Greve dos bancários em 2012; previsão para 2013 é de reajustes ainda maiores se a inflação for controlada
“O PIB conta muito, mas o resultado de 2012 será positivo por conta dos resquícios do crescimento econômico de 2010, mercado de trabalho aquecido, queda na taxa de juros e maior oferta de crédito”, afirma o coordenador.
De acordo com o especialista, a previsão para 2013 é de reajustes ainda maiores se a taxa de juros continuar baixa e a inflação for controlada.
A negociação coletiva neste ano, completa, tem tudo para ser favorável para os trabalhadores, uma vez que o PIB de 2012 não vai influenciar as discussões entre patrões e empregados.
“Há perspectivas muito boas de investimentos neste ano. O único problema está na inflação, que não deve passar do teto de 6,5%”, adianta ele.
