A economia brasileira cresceu 0,9% em 2012, com ajuste sazonal, abaixo da expectativa do mercado ontem (28) e menor que o 1,35% que o Banco Central projetara na semana passada. De outubro a dezembro, a variação do PIB foi de 0,6% em relação ao trimestre anterior (julho a setembro). Em todo o ano passado, a riqueza produzida pelo País somou R$ 4,403 trilhões.
O setor de serviços foi o único a apresentar crescimento em 2012, com alta de 1,7% no acumulado do ano. A indústria recuou 0,8% e a agropecuária, 2,3%.
O resultado de 0,6% no último trimestre sugere uma leve recuperação da economia brasileira ao longo do ano (veja gráfico). Foi o melhor resultado trimestral de 2012.
Em comparação com os três últimos meses de 2011, o PIB cresceu 1,4%. Os serviços, nessa comparação, tiveram seu desempenho mais positivo de 2012, avançando 2,2%. A indústria, que vinha de dois trimestres negativos, cresceu 0,1% – a mesma variação registrada nos primeiros três meses de 2012. A agropecuária teve queda de 7,5%.
Nesta quinta-feira, a agência Bloomberg calculava que a economia brasileira cresceria 1,6% no 4º trimestre (outubro a dezembro) e 0,8% em 2012.
“Embora não tenha sido suficiente para salvar o fim do ano, um crescimento de 0,8% a 1% no 4º trimestre já significa um ritmo anualizado na faixa de 3 a 4%, o que é um número já bem mais forte do que nos cinco trimestres anteriores, quando a economia praticamente andou de lado”, disse ao iG Bráulio Borges, economista-chefe da área de macroeconomia da LCA Consultores, que apostara num crescimento de 1,8% nos três últimos meses de 2012 e de 1% no acumulado do ano.
Na sua mensagem ao Congresso no início do ano, a presidente Dilma Rousseff havia dito que o crescimento do PIB em 2012 ficara aquém do esperado. Já o ministro Guido Mantega, em dezembro, considerava que no cenário pessimista a economia cresceria 0,8% no último trimestre do ano passado.
Esperança de retomada
Veja a variação trimestral do PIB ao longo de 2012
Fonte: IBGE
Consumo
O consumo das famílias registrou alta de 3,1% em 2012 ante 2011, segundo o IBGE. No quarto trimestre, em comparação com o terceiro trimestre de 2012, houve avanço de 1,2%. Na comparação com mesmo período de 2011, o consumo das famílias aumentou 3,9% no quarto trimestre de 2012.
Investimento
Já o investimento também deu sinais de retomada no último trimestre do ano. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que mede a ampliação da capacidade produtiva do País, teve a primeira alta depois de quatro trimestres de queda, crescendo 0,5%.
“No quarto trimestre o principal fator que salvou foi o investimento ter parado de cair", diz Borges, da LCA.
O economista chama a atenção para o fato de que as consultas ao BNDES, usadas como um termômetro do investimento, somaram R$ 312,2 bilhões em 2012, ante R$ 195,2 bilhões em 2010 e R$ 255,9 bilhões em 2009.
Ainda assim, a taxa de investimento ficou em 18,1% do PIB, menor que os 19,3% do ano anterior.
*Com Agência Estado