Minas247 – O presidente do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG), João Batista Gomes Soares, afirmou, nesta terça-feira (17), que não assinará o registro provisório para que os profissionais do programa Mais Médicos com diploma do exterior comecem a trabalhar no estado. "Não é medida de exceção e nem de emergência. Não há justificativa para essa contratação sem revalidação do diploma. Não tem emergência. O caso já estamos denunciando há mais de 10 anos. Nenhuma atitude foi tomada. É uma aposta política do governo", declarou.
Vale ressaltar que, no dia 27 de agosto, Justiça Federal indeferiu um pedido do CRM-MG, cujo objetivo foi solicitar a não obrigatoriedade do registro dos médicos estrangeiros em Minas que não tivessem a revalidação do diploma. O Judiciário não atendeu ao pedido da entidade alegando que o argumento do conselho, de que o programa é inconstitucional, não tem fundamento.
Nesta segunda-feira (16), a Advogacia-Geral da União (AGU) publicou um parecer no Diário Oficial da União informando que os Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) não podem exigir documentação extra aos profissionais dos Mais Médicos, como, por exemplo, a revalidação do diploma, cuja finalidade é habilitar o profissional no exterior a trabalhar no programa. Em caso de descumprimento das determinações do parecer, a Justiça pode mover ações contra os presidentes dos conselhos por improbidade administrativa.
"Não há situação que justifique a exigência de outros papeis, que não os que especificamente apontados nesses textos normativos. Mandatória e compulsória é a expedição de registros provisórios para o exercício da medicina, na hipótese presente, uma vez que constatada a apresentação da documentação exigida, no contexto do Programa Mais Médicos para o Brasil", diz o parecer da AGU.
Mesmo assim, em entrevista ao G1 Minas Gerais, o presidente do CRM-MG afirmou que, se a Justiça determinar a sua assinatura do registro para que os profissionais do programa possam trabalhar, ele tem "a opção de largar o cargo e não assinar". "Sem a revalidação, não tem como checar a qualidade. Dentro da revalidação tem o exame de comunicação. Não tem como atender, sem entender o que o paciente esta falando. Ruim sem médico, pior colocando qualquer um. Saúde não é assim", complementou.