LIBRA CRIA NOVO EIXO DE FORÇAS NO PETRÓLEO
Associada a duas gigantes privadas e duas estatais, Petrobras cria oportunidade para intensa troca de tecnologias em torno da exploração do campo de Libra; vitória do consórcio formado pela estatal brasileira (40%), a holandesa Shell (20%), a francesa Total (20%) e as chinesas CNOOC (10%) e CNC (10%) derrota arautos da fracassomania; especulações contra o modelo de exploração da maior jazida de petróleo do País gastaram muita tinta e papel da mídia tradicional, mas eis que, na batida do martelo, a verdade apareceu; exploração do pré-sal, agora, passa a mudar o mapa de poder entre as gigantes desse setor cercado por intrigas e interesses
21 DE OUTUBRO DE 2013 ÀS 21:14
247 – Quem apostou contra, perdeu. E perdeu feio. Logo após o resultado do leilão do campo de Libra, realizado na tarde desta segunda-feira 21, no Rio de Janeiro, os manifestantes que pressionavam na entrada do hotel Windsor Barra começaram a se dispersar, as ações da Petrobras confirmam uma alta de quase 6% na bolsa de valores, os cofres da União foram abertos para a entrada de um bônus de R$ 15 bilhões e, especialmente, uma nova aliança estratégica no universo do petróleo acabara de surgir. Agora, goste-se ou não, nada será como antes.
Com as privadas Shell, holandesa, e Total, francesa, as chinesas CNOOC e CNC e a brasileira Petrobras lado a lado no mesmo consórcio vencedor, o mundo recebeu um sinal de que a correlação de forças na multibilionária plataforma de intrigas e interesses em torno do petróleo havia acabado de mudar. Juntas, elas possuem nada menos que 30 bilhões de barris em reservas comprovadas. Isso as colocaria, com folga, se fossem uma só empresa, no primeiro lugar do ranking mundial do setor.
Com o resultado do leilão de Libra, de saída perderam as grandes companhias americanas, que ficaram de fora da maior faixa de exploração do pré-sal. Logo após a descoberta da espionagem oficial dos EUA sobre a Petrobras e o governo brasileiro, a Exxon, maior petrolífera do mundo, e a Chevron, terceira no ranking, anunciaram que estavam voltando para casa. O mesmo caminho tomou a inglesa BP, que aparece na quarta posição entre as dominantes no setor.
ESPAÇO PARA ESPECULAÇÃO - Sem três das quatro gigantes, ganharam espaço na mídia tracional brasileira as primeiras especulações sobre o fracasso do leilão. Nas últimas semanas, com o crescimento dessa corrente que combina altas doses de sinistrose com fracassomania, o governo brasileiro pareceu isolado em avaliações otimistas sobre o resultado imediato e os reflexos futuros do leilão de Libra.
No dia anterior ao leilão, o ministro Guido Mantega, da Fazenda, apareceu em entrevista no jornal O Estado de S. Paulo dizendo que o País esperava por cerca de US$ 180 bilhões em investimentos em torno da exploração de libra, nos próximos 30 anos. E depois de conhecido o resultado, a diretora-geral da ANP, Magda Chambriad, anunciou que R$ 300 bilhões em royalties deverão ser pagos nas próximas três décadas. O dinheiro terá, por força de lei, de ser destinado para os setores da Educação (75%) e da Saúde (25%).
Estes prognósticos, de antes e depois do leilão, hoje são absolutamente críveis. Afinal, nenhum consórcio pagaria à União R$ 15 bilhões para ter direito a explorar uma área na qual não crê encontrar o que espera. E o que se espera são até 12 bilhões de barris até 2043. Deles, extraídos os custos operacionais, a União terá direito a 40,1% do valor de venda.
Antes, no entanto, o maior volume de informações na mídia tradicional sobre o assunto tirava o leitor do rumo certo:
"O fato de as empresas multinacionais privadas não participarem do leilão de Libra indica que, em vez do risco de mercado, há um risco de governo, pois vai ocorrer muita intervenção do governo brasileiro, disse ao jornal O Globo, cheio de razão, o ex-presidente da ANP David Zylbersztajn, também ex-genro do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
O pessimismo, como se poderia esperar, ganhou o endosso dos especialistas de última hora no complexo setor de petróleo. E cresceu quando se veiculou que haveria apenas um lance entre os consórcios concorrentes. "E seja o que Deus, os vencedores e a improvisação brasileira quiserem", registrou a colunista Eliane Cantanhêde, do jornal Folha de S. Paulo.
No final do ano passado, Eliane se notabilizou por ser a principal veiculadora de avaliações que o Brasil, dissesse o governo o que dissesse, estava na iminência de um apagão energético. Como se sabe, nenhuma luz se apagou apesar das dezenas de artigos dela com a mesma previsão obscura. Desta feita, Eliane foi mais uma a bater a tecla, apontada por Zylberstajn, de que apenas estatais participariam do certame.
Na manhã esta segunda 21, os que jogavam na derrota do modelo desenhado pela Agência Nacional do Petróleo para o leilão ganharam mais uma esperança. A espanhola Repsol anunciou sua saída da disputa. O recuo coincidiu com o avanço dos manifestantes que, entre as areias, os coqueiros e a exuberância solar da Barra da Tijuca, no Rio, acossavam a muralha de soldados do exército que protegia o hotel Windsor Barra. Ali, autoridades brasileiras e representantes das concorrentes se aprontavam para conhecer, finalmente, depois de meses, a verdade por detrás da especulação.
E a verdade, para horror dos catastrofistas de todos os naipes, apareceu rapidamente, cerca de 30 minutos após o início do leilão. Enquanto, digamos, formadores de opinião como Eliane cravavam, na véspera, que "as futuras gerações" iriam experimentar as consequências de um certame mal feito e publicações como o jornal Valor Econômico já anunciavam que a Petrobras, com certeza, iria recuar no ranking dos exportadores de petróleo, a vida mostrou que todo aquele gasto de papel e tinta não imprimira muito mais que bobagens.
SHELL E TOTAL CALARAM FRACASSOMANÍACOS - A presença da Shell, segunda maior petrolífera do mundo, e da igualmente privada Total, da França, sétima no ranking, ambas com somados 40% de presença no consórcio vencedor deixou falando sozinhos todos os que jogavam na tese do perigo estatal. E, pior, no perigo estatal e vermelho. Afinal, dizia-se entre fontes da mídia tradicional que as estatais chinesas CNOOC e CNC iriam fazer um arreglo tal com a Petrobras que, na prática, a companhia brasileira apenas faria aumentar seu isolamento e seus gastos, uma vez que precisaria manter uma grande presença no consórcio para fazê-lo ficar de pé, superior a 50%. O discurso de manutenção da estatização do setor já estava quase saindo das gavetas empoeiradas da velha imprensa.
Mas que nada. Na batida do martelo, o que se viu foi a Petrobras participar com 40% do bolo, enquanto as duas chinesas ficaram com 20% e os demais 40% foram divididos igualmente entre Shell e Total. Essa fórmula deixa clara, de per si, uma combinação equilibrada entre gigantes privadas e estatais. Mas não apenas isso. Igualmente sobressai um novo eixo de entendimento na maior fronteira do petróleo brasileiro.
Em lugar da Chevron responsável pelo vazamento de milhões de litros de óleo cru no litoral fluminense, como ocorreu há dois anos, tem-se agora a Shell que tem décadas de presença física no país. Debaixo da pecha de se beneficiar da espionagem americana, a Exxon deu lugar à Total, vinda de uma França com crescentes interesses de costurar acordos estratégicos com o Brasil. E, sim, as chinesas com seu fôlego quase infinito para investimentos, uma vez que podem acessar ao maior caixa do planeta, administrado pelo governo comunista de Pequim, ocuparam menos espaço do que muitos divulgavam.
A partir de agora, essas empresas – e mais a Petrobras – terão de dividir informações, seus técnicos passarão a se conhecer e muita tecnologia começará, na prática, a ser trocada. Para vencer as profundas barreiras de água e rocha até chegar ao pré-sal, de onde poderão retirar entre 8 e 12 bilhões de barris de petróleo nos próximos 30 anos, as cinco novas irmãs terão de trabalhar duro em torno dos mesmo objetivos. Antes que se aposte em crises de relacionamento, vale lembrar que também há as cartas da parceria e do entendimento para serem jogadas. E foram estas cartas as baixadas no leilão de Libra.
http://www.brasil247.com/pt/247/economia/118416/Libra-cria-novo-eixo-de-for%C3%A7as-no-petr%C3%B3leo.htm
Associada a duas gigantes privadas e duas estatais, Petrobras cria oportunidade para intensa troca de tecnologias em torno da exploração do campo de Libra; vitória do consórcio formado pela estatal brasileira (40%), a holandesa Shell (20%), a francesa Total (20%) e as chinesas CNOOC (10%) e CNC (10%) derrota arautos da fracassomania; especulações contra o modelo de exploração da maior jazida de petróleo do País gastaram muita tinta e papel da mídia tradicional, mas eis que, na batida do martelo, a verdade apareceu; exploração do pré-sal, agora, passa a mudar o mapa de poder entre as gigantes desse setor cercado por intrigas e interesses
21 DE OUTUBRO DE 2013 ÀS 21:14
247 – Quem apostou contra, perdeu. E perdeu feio. Logo após o resultado do leilão do campo de Libra, realizado na tarde desta segunda-feira 21, no Rio de Janeiro, os manifestantes que pressionavam na entrada do hotel Windsor Barra começaram a se dispersar, as ações da Petrobras confirmam uma alta de quase 6% na bolsa de valores, os cofres da União foram abertos para a entrada de um bônus de R$ 15 bilhões e, especialmente, uma nova aliança estratégica no universo do petróleo acabara de surgir. Agora, goste-se ou não, nada será como antes.
Com as privadas Shell, holandesa, e Total, francesa, as chinesas CNOOC e CNC e a brasileira Petrobras lado a lado no mesmo consórcio vencedor, o mundo recebeu um sinal de que a correlação de forças na multibilionária plataforma de intrigas e interesses em torno do petróleo havia acabado de mudar. Juntas, elas possuem nada menos que 30 bilhões de barris em reservas comprovadas. Isso as colocaria, com folga, se fossem uma só empresa, no primeiro lugar do ranking mundial do setor.
Com o resultado do leilão de Libra, de saída perderam as grandes companhias americanas, que ficaram de fora da maior faixa de exploração do pré-sal. Logo após a descoberta da espionagem oficial dos EUA sobre a Petrobras e o governo brasileiro, a Exxon, maior petrolífera do mundo, e a Chevron, terceira no ranking, anunciaram que estavam voltando para casa. O mesmo caminho tomou a inglesa BP, que aparece na quarta posição entre as dominantes no setor.
ESPAÇO PARA ESPECULAÇÃO - Sem três das quatro gigantes, ganharam espaço na mídia tracional brasileira as primeiras especulações sobre o fracasso do leilão. Nas últimas semanas, com o crescimento dessa corrente que combina altas doses de sinistrose com fracassomania, o governo brasileiro pareceu isolado em avaliações otimistas sobre o resultado imediato e os reflexos futuros do leilão de Libra.
No dia anterior ao leilão, o ministro Guido Mantega, da Fazenda, apareceu em entrevista no jornal O Estado de S. Paulo dizendo que o País esperava por cerca de US$ 180 bilhões em investimentos em torno da exploração de libra, nos próximos 30 anos. E depois de conhecido o resultado, a diretora-geral da ANP, Magda Chambriad, anunciou que R$ 300 bilhões em royalties deverão ser pagos nas próximas três décadas. O dinheiro terá, por força de lei, de ser destinado para os setores da Educação (75%) e da Saúde (25%).
Estes prognósticos, de antes e depois do leilão, hoje são absolutamente críveis. Afinal, nenhum consórcio pagaria à União R$ 15 bilhões para ter direito a explorar uma área na qual não crê encontrar o que espera. E o que se espera são até 12 bilhões de barris até 2043. Deles, extraídos os custos operacionais, a União terá direito a 40,1% do valor de venda.
Antes, no entanto, o maior volume de informações na mídia tradicional sobre o assunto tirava o leitor do rumo certo:
"O fato de as empresas multinacionais privadas não participarem do leilão de Libra indica que, em vez do risco de mercado, há um risco de governo, pois vai ocorrer muita intervenção do governo brasileiro, disse ao jornal O Globo, cheio de razão, o ex-presidente da ANP David Zylbersztajn, também ex-genro do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
"O fato de as empresas multinacionais privadas não participarem do leilão de Libra indica que, em vez do risco de mercado, há um risco de governo, pois vai ocorrer muita intervenção do governo brasileiro, disse ao jornal O Globo, cheio de razão, o ex-presidente da ANP David Zylbersztajn, também ex-genro do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
O pessimismo, como se poderia esperar, ganhou o endosso dos especialistas de última hora no complexo setor de petróleo. E cresceu quando se veiculou que haveria apenas um lance entre os consórcios concorrentes. "E seja o que Deus, os vencedores e a improvisação brasileira quiserem", registrou a colunista Eliane Cantanhêde, do jornal Folha de S. Paulo.
No final do ano passado, Eliane se notabilizou por ser a principal veiculadora de avaliações que o Brasil, dissesse o governo o que dissesse, estava na iminência de um apagão energético. Como se sabe, nenhuma luz se apagou apesar das dezenas de artigos dela com a mesma previsão obscura. Desta feita, Eliane foi mais uma a bater a tecla, apontada por Zylberstajn, de que apenas estatais participariam do certame.
Na manhã esta segunda 21, os que jogavam na derrota do modelo desenhado pela Agência Nacional do Petróleo para o leilão ganharam mais uma esperança. A espanhola Repsol anunciou sua saída da disputa. O recuo coincidiu com o avanço dos manifestantes que, entre as areias, os coqueiros e a exuberância solar da Barra da Tijuca, no Rio, acossavam a muralha de soldados do exército que protegia o hotel Windsor Barra. Ali, autoridades brasileiras e representantes das concorrentes se aprontavam para conhecer, finalmente, depois de meses, a verdade por detrás da especulação.
E a verdade, para horror dos catastrofistas de todos os naipes, apareceu rapidamente, cerca de 30 minutos após o início do leilão. Enquanto, digamos, formadores de opinião como Eliane cravavam, na véspera, que "as futuras gerações" iriam experimentar as consequências de um certame mal feito e publicações como o jornal Valor Econômico já anunciavam que a Petrobras, com certeza, iria recuar no ranking dos exportadores de petróleo, a vida mostrou que todo aquele gasto de papel e tinta não imprimira muito mais que bobagens.
SHELL E TOTAL CALARAM FRACASSOMANÍACOS - A presença da Shell, segunda maior petrolífera do mundo, e da igualmente privada Total, da França, sétima no ranking, ambas com somados 40% de presença no consórcio vencedor deixou falando sozinhos todos os que jogavam na tese do perigo estatal. E, pior, no perigo estatal e vermelho. Afinal, dizia-se entre fontes da mídia tradicional que as estatais chinesas CNOOC e CNC iriam fazer um arreglo tal com a Petrobras que, na prática, a companhia brasileira apenas faria aumentar seu isolamento e seus gastos, uma vez que precisaria manter uma grande presença no consórcio para fazê-lo ficar de pé, superior a 50%. O discurso de manutenção da estatização do setor já estava quase saindo das gavetas empoeiradas da velha imprensa.
Mas que nada. Na batida do martelo, o que se viu foi a Petrobras participar com 40% do bolo, enquanto as duas chinesas ficaram com 20% e os demais 40% foram divididos igualmente entre Shell e Total. Essa fórmula deixa clara, de per si, uma combinação equilibrada entre gigantes privadas e estatais. Mas não apenas isso. Igualmente sobressai um novo eixo de entendimento na maior fronteira do petróleo brasileiro.
Em lugar da Chevron responsável pelo vazamento de milhões de litros de óleo cru no litoral fluminense, como ocorreu há dois anos, tem-se agora a Shell que tem décadas de presença física no país. Debaixo da pecha de se beneficiar da espionagem americana, a Exxon deu lugar à Total, vinda de uma França com crescentes interesses de costurar acordos estratégicos com o Brasil. E, sim, as chinesas com seu fôlego quase infinito para investimentos, uma vez que podem acessar ao maior caixa do planeta, administrado pelo governo comunista de Pequim, ocuparam menos espaço do que muitos divulgavam.
A partir de agora, essas empresas – e mais a Petrobras – terão de dividir informações, seus técnicos passarão a se conhecer e muita tecnologia começará, na prática, a ser trocada. Para vencer as profundas barreiras de água e rocha até chegar ao pré-sal, de onde poderão retirar entre 8 e 12 bilhões de barris de petróleo nos próximos 30 anos, as cinco novas irmãs terão de trabalhar duro em torno dos mesmo objetivos. Antes que se aposte em crises de relacionamento, vale lembrar que também há as cartas da parceria e do entendimento para serem jogadas. E foram estas cartas as baixadas no leilão de Libra.
http://www.brasil247.com/pt/247/economia/118416/Libra-cria-novo-eixo-de-for%C3%A7as-no-petr%C3%B3leo.htm
CHEFÃO DA SHELL: LIBRA É GRANDE OPORTUNIDADE
"A descoberta de petróleo em Libra, no Brasil, é uma das maiores acumulações de petróleo em águas profundas do mundo e estamos ansiosos para aplicar a nossa experiência global e tecnologia no apoio ao desenvolvimento exitoso dessa importante oportunidade", disse o diretor executivo do grupo Royal Dutch Shell, Peter Voser; a multinacional anglo-holandesa detém 20% do consórcio
22 DE OUTUBRO DE 2013 ÀS 06:16
Douglas Corrêa
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Um consórcio de cinco empresas, formado pela Shell, Petrobras, Total, CNPC e Cnooc, ganhou hoje (21) um contrato de 35 anos para desenvolver o reservatório de Libra, na camada do pré-sal da Bacia de Santos. A Agência Nacional do Petróleo (ANP) estima que os recursos recuperáveis de Libra possam variar entre 8 bilhões e 12 bilhões de barris de petróleo.
"A descoberta de petróleo em Libra, no Brasil, é uma das maiores acumulações de petróleo em águas profundas do mundo e estamos ansiosos para aplicar a nossa experiência global e tecnologia no apoio ao desenvolvimento exitoso dessa importante oportunidade", disse o diretor executivo do grupo Royal Dutch Shell, Peter Voser.
A Shell detém 20% do consórcio vencedor. A Petrobras, como operadora, tem 40%. A Total, com 20%, além de CNPC e Cnooc, cada uma com 10%, completam o grupo, que trabalhará em conjunto e de forma integrada para apoiar a Petrobras, operadora de maior experência no pré-sal brasileiro, incorporando as habilidades em águas profundas, o pessoal e a tecnologia de cada uma das empresas para o sucesso do empreendimento.
O contrato de partilha de produção deve ser assinado em novembro de 2013. Como parte da proposta vencedora, a petrolífera Shell pagará R$ 3 bilhões - equivalentes a 20% do total do bônus de assinatura de R$ 15 bilhões - e cumprirá o programa mínimo de trabalho para "declarar comercialidade" até o fim de 2017.
O reservatório de Libra está localizado em águas ultraprofundas na Bacia de Santos, a cerca de 170 quilômetros da costa do Rio de Janeiro. O bloco cobre aproximadamente 1.550 quilômetros quadrados a uma profundidade média de 2 mil metros de lâmina d’água. Estima-se que a acumulação de óleo esteja a cerca de 3.500 metros abaixo do fundo do mar. A ANP avalia que o pico de produção possa chegar a 1,4 milhão de barris por dia. Estudos adicionais serão necessários para confirmar a estimativa, o conceito de desenvolvimento e uma data para o primeiro óleo.
"A descoberta de petróleo em Libra, no Brasil, é uma das maiores acumulações de petróleo em águas profundas do mundo e estamos ansiosos para aplicar a nossa experiência global e tecnologia no apoio ao desenvolvimento exitoso dessa importante oportunidade", disse o diretor executivo do grupo Royal Dutch Shell, Peter Voser; a multinacional anglo-holandesa detém 20% do consórcio
22 DE OUTUBRO DE 2013 ÀS 06:16
Douglas Corrêa
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Um consórcio de cinco empresas, formado pela Shell, Petrobras, Total, CNPC e Cnooc, ganhou hoje (21) um contrato de 35 anos para desenvolver o reservatório de Libra, na camada do pré-sal da Bacia de Santos. A Agência Nacional do Petróleo (ANP) estima que os recursos recuperáveis de Libra possam variar entre 8 bilhões e 12 bilhões de barris de petróleo.
"A descoberta de petróleo em Libra, no Brasil, é uma das maiores acumulações de petróleo em águas profundas do mundo e estamos ansiosos para aplicar a nossa experiência global e tecnologia no apoio ao desenvolvimento exitoso dessa importante oportunidade", disse o diretor executivo do grupo Royal Dutch Shell, Peter Voser.
A Shell detém 20% do consórcio vencedor. A Petrobras, como operadora, tem 40%. A Total, com 20%, além de CNPC e Cnooc, cada uma com 10%, completam o grupo, que trabalhará em conjunto e de forma integrada para apoiar a Petrobras, operadora de maior experência no pré-sal brasileiro, incorporando as habilidades em águas profundas, o pessoal e a tecnologia de cada uma das empresas para o sucesso do empreendimento.
O contrato de partilha de produção deve ser assinado em novembro de 2013. Como parte da proposta vencedora, a petrolífera Shell pagará R$ 3 bilhões - equivalentes a 20% do total do bônus de assinatura de R$ 15 bilhões - e cumprirá o programa mínimo de trabalho para "declarar comercialidade" até o fim de 2017.
O reservatório de Libra está localizado em águas ultraprofundas na Bacia de Santos, a cerca de 170 quilômetros da costa do Rio de Janeiro. O bloco cobre aproximadamente 1.550 quilômetros quadrados a uma profundidade média de 2 mil metros de lâmina d’água. Estima-se que a acumulação de óleo esteja a cerca de 3.500 metros abaixo do fundo do mar. A ANP avalia que o pico de produção possa chegar a 1,4 milhão de barris por dia. Estudos adicionais serão necessários para confirmar a estimativa, o conceito de desenvolvimento e uma data para o primeiro óleo.
PARA ELIANE, GIGANTES GLOBAIS FICARAM DE FORA
A anglo-holandesa Shell é uma das maiores empresas do mundo, com receitas anuais de US$ 555 bilhões, a francesa Total é também uma potência, mas, segundo a colunista Eliane Cantanhêde, os grandalhões não entraram no leilão; na verdade, fora mesmo, ficaram empresas americanas
22 DE OUTUBRO DE 2013 ÀS 07:12
247 - Para a colunista Eliane Cantanhêde, da Folha, o leilão de Libra não conseguiu atrair os gigantes do petróleo. Mas o que são então a Shell e a Total? Confira abaixo:
Pré-sal, pré-eleições
BRASÍLIA - Como era previsível, acaba o leilão do campo de Libra e começa automaticamente a guerra política de versões sobre as vantagens e desvantagens do resultado.
Para a oposição, o formato imposto pela presidente Dilma é demasiadamente intervencionista, dando de mão beijada a operação e o mínimo de 30% de participação à Petrobras, empresa que vem despencando em confiança e valor nos anos petistas. Esse formato afugentou, assim, as gigantes internacionais do setor. Tanto que um único consórcio se apresentou, e com a oferta mínima, sem ágio.
De quebra, os tucanos afiaram o bico para lembrar que o PT condenou as privatizações no governo FHC e agora vai pelo mesmo caminho, seguindo a obviedade de que, sem capitais privados e internacionais, nada feito. Segundo eles, os petistas no poder só mudaram o nome do regime para "partilha".
Ao largo da gritaria oposicionista, raros no Congresso, como o senador Roberto Requião (PMDB-PR), puseram-se radicalmente contra o leilão e a favor dos sindicalistas. Ali, os protestos tiveram pouca repercussão.
Do lado governista, o Planalto e o PT batem bumbo para um consórcio que, apesar de vencer sem concorrentes e sem ágio, tem 40% de participação da Petrobras, 40% das europeias Total e Shell e 20% das chinesas CNPC e CNOOC.
Para eles, repetindo o jargão dos leilões da era FHC, ontem foi "um dia histórico". O consórcio é gigante e o Brasil, segundo o senador Jorge Viana (PT-AC), vai explorar "esse bilhete premiado [o pré-sal] pondo à frente o interesse do cidadão, não apenas o do setor privado".
Na guerra política, ganha quem fala mais grosso e tem os canais à disposição para falar. A maioria da população não sabe do leilão, e a maior parte dos que sabem não toma partido ou, no mínimo, tem dúvidas. O que tende a prevalecer é o pronunciamento ufanista de Dilma. Ela ficou longe e a salvo no leilão, mas soube tirar votos do "dia histórico" pela TV.
A anglo-holandesa Shell é uma das maiores empresas do mundo, com receitas anuais de US$ 555 bilhões, a francesa Total é também uma potência, mas, segundo a colunista Eliane Cantanhêde, os grandalhões não entraram no leilão; na verdade, fora mesmo, ficaram empresas americanas
22 DE OUTUBRO DE 2013 ÀS 07:12
247 - Para a colunista Eliane Cantanhêde, da Folha, o leilão de Libra não conseguiu atrair os gigantes do petróleo. Mas o que são então a Shell e a Total? Confira abaixo:
Pré-sal, pré-eleições
BRASÍLIA - Como era previsível, acaba o leilão do campo de Libra e começa automaticamente a guerra política de versões sobre as vantagens e desvantagens do resultado.
Para a oposição, o formato imposto pela presidente Dilma é demasiadamente intervencionista, dando de mão beijada a operação e o mínimo de 30% de participação à Petrobras, empresa que vem despencando em confiança e valor nos anos petistas. Esse formato afugentou, assim, as gigantes internacionais do setor. Tanto que um único consórcio se apresentou, e com a oferta mínima, sem ágio.
De quebra, os tucanos afiaram o bico para lembrar que o PT condenou as privatizações no governo FHC e agora vai pelo mesmo caminho, seguindo a obviedade de que, sem capitais privados e internacionais, nada feito. Segundo eles, os petistas no poder só mudaram o nome do regime para "partilha".
Ao largo da gritaria oposicionista, raros no Congresso, como o senador Roberto Requião (PMDB-PR), puseram-se radicalmente contra o leilão e a favor dos sindicalistas. Ali, os protestos tiveram pouca repercussão.
Do lado governista, o Planalto e o PT batem bumbo para um consórcio que, apesar de vencer sem concorrentes e sem ágio, tem 40% de participação da Petrobras, 40% das europeias Total e Shell e 20% das chinesas CNPC e CNOOC.
Para eles, repetindo o jargão dos leilões da era FHC, ontem foi "um dia histórico". O consórcio é gigante e o Brasil, segundo o senador Jorge Viana (PT-AC), vai explorar "esse bilhete premiado [o pré-sal] pondo à frente o interesse do cidadão, não apenas o do setor privado".
Na guerra política, ganha quem fala mais grosso e tem os canais à disposição para falar. A maioria da população não sabe do leilão, e a maior parte dos que sabem não toma partido ou, no mínimo, tem dúvidas. O que tende a prevalecer é o pronunciamento ufanista de Dilma. Ela ficou longe e a salvo no leilão, mas soube tirar votos do "dia histórico" pela TV.
FOLHA VÊ POUCO A FESTEJAR COM LEILÃO
Segundo o jornal de Otávio Frias Filho, o único aspecto positivo foi o bônus de R$ 15 bilhões, que irá contribuir para o superávit primário; publicação questiona falta de competição e de ágio
22 DE OUTUBRO DE 2013 ÀS 06:53
247 - A Folha de S. Paulo recebeu com pé atrás o leilão de Libra. Esteve longe de fracassar, diz o editorial, mas também não foi um sucesso. Leia abaixo:
Libra na balança
Resultado do primeiro leilão do pré-sal ficou sem competição e sem ágio; governo só pode festejar os R$ 15 bilhões de reforço fiscal
O leilão do campo de Libra, primeiro do pré-sal, esteve longe de fracassar --afinal, carreará R$ 15 bilhões do bônus de assinatura ao Tesouro, uma boa dose de fortificante para a saúde fiscal do país. Mas até o governista mais renitente terá dificuldade em tomar o resultado como um sucesso.
A competição por um dos maiores depósitos de petróleo descobertos no mundo na última década não teve ágio. E houve um único concorrente, o consórcio composto por Petrobras (10%, além dos 30% de participação obrigatória), Shell e Total (20% cada uma), mais as estatais chinesas CNPC e CNOOC (10% cada uma).
Pelo novo regime de partilha da produção, o pagamento para obter a concessão por 35 anos estava fixado nos R$ 15 bilhões. Ganharia o leilão quem assumisse o compromisso de entregar à União a maior parcela de óleo extraído, com um mínimo de 41,65% estabelecidos no edital. O consórcio vencedor não ofereceu uma gota além desse percentual.
Caem por terra, com o desenlace modesto, as expectativas desmedidas que o pré-sal suscitou de início. Uma mescla tóxica de ufanismo e índole estatizante impregnou o modelo da partilha e impôs a Petrobras como operadora única dos campos, uma das razões que afugentou outros concorrentes.
Há desconfiança quanto à capacidade da estatal brasileira de suportar o desafio. A Petrobras é a empresa não financeira mais endividada do globo, segundo o Bank of America Merrill Lynch, com US$ 112,7 bilhões em obrigações --além do compromisso de investir mais de US$ 200 bilhões para ampliar a produção com o pré-sal.
O caixa da estatal é drenado pelo acionista principal, a União. O Planalto, que teima em não reajustar a gasolina, alinhando seu preço ao internacional, reluta mais ainda após o recuo recente da cotação do dólar, que faz encolher momentaneamente o subsídio concedido ao consumidor brasileiro.
Somados a isso a exigência temerária de um mínimo de conteúdo local em equipamentos e serviços e uma previsível disputa intraestatal de comando sobre os novos campos, envolvendo Petrobras, Agência Nacional do Petróleo (ANP) e a recém-criada Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA), não admira que investidores internacionais se tenham retraído. Não por acaso já se fala em rever as regras de licitação de outras áreas do pré-sal.
Diante dos empecilhos à exploração das jazidas criados pelo viés estatizante das administrações petistas, parece ainda mais desconcertante a violência sectária desencadeada em frente ao hotel onde se realizou o leilão.
O que pretendiam os manifestantes, que a fragilizada Petrobras fosse encarregada de 100% da exploração? Aí, sim, é que a promessa do pré-sal ficaria para as calendas.
Ao menos esse mérito há de reconhecer ao governo Dilma Rousseff, o de ter enfrentado o nacionalismo sindical e seguido em frente com o arriscado leilão --embora se suspeite que seu objetivo maior fosse reforçar a todo custo o combalido superavit primário.
Segundo o jornal de Otávio Frias Filho, o único aspecto positivo foi o bônus de R$ 15 bilhões, que irá contribuir para o superávit primário; publicação questiona falta de competição e de ágio
22 DE OUTUBRO DE 2013 ÀS 06:53
247 - A Folha de S. Paulo recebeu com pé atrás o leilão de Libra. Esteve longe de fracassar, diz o editorial, mas também não foi um sucesso. Leia abaixo:
Libra na balança
Resultado do primeiro leilão do pré-sal ficou sem competição e sem ágio; governo só pode festejar os R$ 15 bilhões de reforço fiscal
O leilão do campo de Libra, primeiro do pré-sal, esteve longe de fracassar --afinal, carreará R$ 15 bilhões do bônus de assinatura ao Tesouro, uma boa dose de fortificante para a saúde fiscal do país. Mas até o governista mais renitente terá dificuldade em tomar o resultado como um sucesso.
A competição por um dos maiores depósitos de petróleo descobertos no mundo na última década não teve ágio. E houve um único concorrente, o consórcio composto por Petrobras (10%, além dos 30% de participação obrigatória), Shell e Total (20% cada uma), mais as estatais chinesas CNPC e CNOOC (10% cada uma).
Pelo novo regime de partilha da produção, o pagamento para obter a concessão por 35 anos estava fixado nos R$ 15 bilhões. Ganharia o leilão quem assumisse o compromisso de entregar à União a maior parcela de óleo extraído, com um mínimo de 41,65% estabelecidos no edital. O consórcio vencedor não ofereceu uma gota além desse percentual.
Caem por terra, com o desenlace modesto, as expectativas desmedidas que o pré-sal suscitou de início. Uma mescla tóxica de ufanismo e índole estatizante impregnou o modelo da partilha e impôs a Petrobras como operadora única dos campos, uma das razões que afugentou outros concorrentes.
Há desconfiança quanto à capacidade da estatal brasileira de suportar o desafio. A Petrobras é a empresa não financeira mais endividada do globo, segundo o Bank of America Merrill Lynch, com US$ 112,7 bilhões em obrigações --além do compromisso de investir mais de US$ 200 bilhões para ampliar a produção com o pré-sal.
O caixa da estatal é drenado pelo acionista principal, a União. O Planalto, que teima em não reajustar a gasolina, alinhando seu preço ao internacional, reluta mais ainda após o recuo recente da cotação do dólar, que faz encolher momentaneamente o subsídio concedido ao consumidor brasileiro.
Somados a isso a exigência temerária de um mínimo de conteúdo local em equipamentos e serviços e uma previsível disputa intraestatal de comando sobre os novos campos, envolvendo Petrobras, Agência Nacional do Petróleo (ANP) e a recém-criada Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA), não admira que investidores internacionais se tenham retraído. Não por acaso já se fala em rever as regras de licitação de outras áreas do pré-sal.
Diante dos empecilhos à exploração das jazidas criados pelo viés estatizante das administrações petistas, parece ainda mais desconcertante a violência sectária desencadeada em frente ao hotel onde se realizou o leilão.
O que pretendiam os manifestantes, que a fragilizada Petrobras fosse encarregada de 100% da exploração? Aí, sim, é que a promessa do pré-sal ficaria para as calendas.
Ao menos esse mérito há de reconhecer ao governo Dilma Rousseff, o de ter enfrentado o nacionalismo sindical e seguido em frente com o arriscado leilão --embora se suspeite que seu objetivo maior fosse reforçar a todo custo o combalido superavit primário.
AÉCIO SOBRE LEILÃO DE LIBRA: FOI BOM, MAS DEMOROU
Presidenciável tucano afirma que há uma notícia boa e uma má sobre o primeiro leilão do pré-sal, realizado hoje; a boa é o reconhecimento do governo, embora "tardio e envergonhado", sobre a importância do setor privado para o desenvolvimento do País; e a má é que "o atraso na realização do leilão e as contradições do governo vêm minando a confiança de muitos investidores e, no caso da Petrobras, geraram uma perda imperdoável e irrecuperável para um patrimônio construído por gerações de brasileiros"; você concorda?
21 DE OUTUBRO DE 2013 ÀS 18:09
247 - O presidente do PSDB e pré-candidato a presidente da República em 2014, Aécio Neves, avalia que o leilão do pré-sal significa um reconhecimento do governo, embora "tardio e envergonhado", à importância do investimento privado no Brasil.
O tucano diz, porém, que há também uma má notícia sobre a licitação do Campo de Libra: o atraso. Segundo ele, "o atraso na realização do leilão e as contradições do governo vêm minando a confiança de muitos investidores".
Abaixo, a íntegra da declaração de Aécio sobre o leilão:
O resultado do leilão do pré-sal realizado nesta tarde traz boas e más notícias. A boa é o reconhecimento, ainda que tardio e envergonhado por parte do governo, da importância do investimento privado para o desenvolvimento do país. A má é que o atraso na realização do leilão e as contradições do governo vêm minando a confiança de muitos investidores e, no caso da Petrobras, geraram uma perda imperdoável e irrecuperável para um patrimônio construído por gerações de brasileiros. Nos últimos seis anos, assistimos o valor da empresa despencar, a produção estagnar e o país gastar somas crescentes importando combustíveis, tudo por conta da resistência petista ao vitorioso modelo de concessões. Perdemos tempo, deixamos de gerar riqueza e bem-estar para os brasileiros e desperdiçamos oportunidades.
Senador Aécio Neves (MG)
Presidente nacional do PSDB
Presidenciável tucano afirma que há uma notícia boa e uma má sobre o primeiro leilão do pré-sal, realizado hoje; a boa é o reconhecimento do governo, embora "tardio e envergonhado", sobre a importância do setor privado para o desenvolvimento do País; e a má é que "o atraso na realização do leilão e as contradições do governo vêm minando a confiança de muitos investidores e, no caso da Petrobras, geraram uma perda imperdoável e irrecuperável para um patrimônio construído por gerações de brasileiros"; você concorda?
21 DE OUTUBRO DE 2013 ÀS 18:09
247 - O presidente do PSDB e pré-candidato a presidente da República em 2014, Aécio Neves, avalia que o leilão do pré-sal significa um reconhecimento do governo, embora "tardio e envergonhado", à importância do investimento privado no Brasil.
O tucano diz, porém, que há também uma má notícia sobre a licitação do Campo de Libra: o atraso. Segundo ele, "o atraso na realização do leilão e as contradições do governo vêm minando a confiança de muitos investidores".
Abaixo, a íntegra da declaração de Aécio sobre o leilão:
O resultado do leilão do pré-sal realizado nesta tarde traz boas e más notícias. A boa é o reconhecimento, ainda que tardio e envergonhado por parte do governo, da importância do investimento privado para o desenvolvimento do país. A má é que o atraso na realização do leilão e as contradições do governo vêm minando a confiança de muitos investidores e, no caso da Petrobras, geraram uma perda imperdoável e irrecuperável para um patrimônio construído por gerações de brasileiros. Nos últimos seis anos, assistimos o valor da empresa despencar, a produção estagnar e o país gastar somas crescentes importando combustíveis, tudo por conta da resistência petista ao vitorioso modelo de concessões. Perdemos tempo, deixamos de gerar riqueza e bem-estar para os brasileiros e desperdiçamos oportunidades.
Senador Aécio Neves (MG)
Presidente nacional do PSDB
Presidente nacional do PSDB
ÁLVARO DIAS: LEILÃO DE LIBRA É "ENTREGA DO PATRIMÔNIO BRASILEIRO"
Senador tucano diz que foi equivocada a decisão do governo federal de colocar a venda o Campo de Libra, sobretudo pela falta de avaliações precisas sobre o volume das reservas de petróleo e gás contidas na área; para ele, o leilão do Campo de Libra tem para o governo federal uma importância muito mais fiscal do que propriamente para a expansão da produção de petróleo
21 DE OUTUBRO DE 2013 ÀS 19:55
Agência Senado
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) lamentou em Plenário, nesta segunda-feira (21), a realização do leilão do Campo de Libra, o primeiro do pré-sal a ser explorado dentro das regras do regime de partilha.
Na opinião do parlamentar, foi equivocada a decisão do governo federal de colocar a venda o Campo de Libra, sobretudo pela falta de avaliações precisas sobre o volume das reservas de petróleo e gás contidas na área.
"Lastimo profundamente que esse patrimônio do Brasil possa ser entregue dessa forma irresponsável", disse.
Para Alvaro Dias, o leilão do Campo de Libra tem para o governo federal uma importância muito mais fiscal do que propriamente para a expansão da produção de petróleo, uma vez que o Executivo precisaria dos R$ 15 bilhões que serão arrecadados a título de bônus de assinatura para fechar suas contas orçamentárias e produzir um melhor resultado de superávit primário este ano.
Em seu pronunciamento, Alvaro Dias também manifestou sua preocupação com o drama que vem sendo enfrentado por moradores de loteamentos, implantados no modelo de condomínios urbanos, que vêm sendo sujeitados à cobrança judicial de taxas condominiais pelas associações de bairros.
Segundo ele, muitos moradores nessa situação encontram-se sob a ameça de perda de suas casas, em decorrência de penhoras judiciais, mesmo tendo o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o Supremo Tribunal Federal (STF) já reconhecido a ilegalidade de muitas dessas cobranças.
Senador tucano diz que foi equivocada a decisão do governo federal de colocar a venda o Campo de Libra, sobretudo pela falta de avaliações precisas sobre o volume das reservas de petróleo e gás contidas na área; para ele, o leilão do Campo de Libra tem para o governo federal uma importância muito mais fiscal do que propriamente para a expansão da produção de petróleo
21 DE OUTUBRO DE 2013 ÀS 19:55
Agência Senado
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) lamentou em Plenário, nesta segunda-feira (21), a realização do leilão do Campo de Libra, o primeiro do pré-sal a ser explorado dentro das regras do regime de partilha.
Na opinião do parlamentar, foi equivocada a decisão do governo federal de colocar a venda o Campo de Libra, sobretudo pela falta de avaliações precisas sobre o volume das reservas de petróleo e gás contidas na área.
"Lastimo profundamente que esse patrimônio do Brasil possa ser entregue dessa forma irresponsável", disse.
Para Alvaro Dias, o leilão do Campo de Libra tem para o governo federal uma importância muito mais fiscal do que propriamente para a expansão da produção de petróleo, uma vez que o Executivo precisaria dos R$ 15 bilhões que serão arrecadados a título de bônus de assinatura para fechar suas contas orçamentárias e produzir um melhor resultado de superávit primário este ano.
Em seu pronunciamento, Alvaro Dias também manifestou sua preocupação com o drama que vem sendo enfrentado por moradores de loteamentos, implantados no modelo de condomínios urbanos, que vêm sendo sujeitados à cobrança judicial de taxas condominiais pelas associações de bairros.
Segundo ele, muitos moradores nessa situação encontram-se sob a ameça de perda de suas casas, em decorrência de penhoras judiciais, mesmo tendo o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o Supremo Tribunal Federal (STF) já reconhecido a ilegalidade de muitas dessas cobranças.
CONSULTOR DIZ QUE FALTA DE ÁGIO COMPROMETE LEILÃO
“Quem leiloa algo valioso deseja obter ágio. Por essa ótica, não dá para dizer que um leilão com apenas um [consórcio] interessado e sem disputa de ofertas tenha sido um sucesso”, disse Adriano Pires
21 DE OUTUBRO DE 2013 ÀS 21:12
Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A falta de ágio comprometeu o resultado do primeiro leilão do petróleo da camada pré-sal, avalia o especialista em combustíveis e diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, Adriano Pires. Para ele, a opção pelo modelo de partilha e a exigência de um alto valor para o bônus de assinatura afastaram os concorrentes e impediu o governo de arrecadar mais com o leilão da área de Libra, na Bacia de Santos.
“Quem leiloa algo valioso deseja obter ágio. Por essa ótica, não dá para dizer que um leilão com apenas um [consórcio] interessado e sem disputa de ofertas tenha sido um sucesso”, diz o especialista. Para Pires, a opção pelo modelo de partilha e o valor de R$ 15 bilhões para o bônus de assinatura, considerado alto pelo setor, afastaram os demais concorrentes.
Segundo o diretor do centro, o modelo de partilha espantou as empresas privadas por causa do intervencionismo. “Nesse regime, a Petrobras entra com pelo menos 30% do consórcio e tem o monopólio das operações. Sem contar que o governo criou uma estatal que não colocará dinheiro nos projetos, mas terá poder de veto. Essas condições criaram desconfiança entre as empresas privadas, o que se refletiu justamente na falta de ágio do leilão”, argumenta.
Apesar do ágio zero, o especialista considera positivo o fato de duas empresas privadas, a anglo-holandesa Shell e a francesa Total, terem entrado no consórcio vencedor. “A presença de investidores privados dilui os riscos e dá boa roupagem aos consórcios. A Shell poderá ajudar com tecnologia de extração de petróleo em grandes profundidades”, avalia.
Mesmo acreditando que o governo poderia ter arrecadado mais se diminuísse o bônus de assinatura e revisasse o modelo de partilha, Pires diz que a 1ª Rodada de Licitações do Pré-Sal trouxe efeitos positivos sobre a economia. “Independentemente de como ocorreu, o leilão foi bom porque permitirá os investimentos necessários para o pré-sal. Vamos torcer para que o país consiga transformar parte desse petróleo em riqueza e ajudar a sociedade brasileira”, conclui.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou que o governo ficou satisfeito com o resultado do leilão. Segundo ele, o grupo de empresas vencedor do leilão é “equilibrado” e tem capital para fazer a exploração do campo.
“Quem leiloa algo valioso deseja obter ágio. Por essa ótica, não dá para dizer que um leilão com apenas um [consórcio] interessado e sem disputa de ofertas tenha sido um sucesso”, disse Adriano Pires
21 DE OUTUBRO DE 2013 ÀS 21:12
Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A falta de ágio comprometeu o resultado do primeiro leilão do petróleo da camada pré-sal, avalia o especialista em combustíveis e diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, Adriano Pires. Para ele, a opção pelo modelo de partilha e a exigência de um alto valor para o bônus de assinatura afastaram os concorrentes e impediu o governo de arrecadar mais com o leilão da área de Libra, na Bacia de Santos.
“Quem leiloa algo valioso deseja obter ágio. Por essa ótica, não dá para dizer que um leilão com apenas um [consórcio] interessado e sem disputa de ofertas tenha sido um sucesso”, diz o especialista. Para Pires, a opção pelo modelo de partilha e o valor de R$ 15 bilhões para o bônus de assinatura, considerado alto pelo setor, afastaram os demais concorrentes.
Segundo o diretor do centro, o modelo de partilha espantou as empresas privadas por causa do intervencionismo. “Nesse regime, a Petrobras entra com pelo menos 30% do consórcio e tem o monopólio das operações. Sem contar que o governo criou uma estatal que não colocará dinheiro nos projetos, mas terá poder de veto. Essas condições criaram desconfiança entre as empresas privadas, o que se refletiu justamente na falta de ágio do leilão”, argumenta.
Apesar do ágio zero, o especialista considera positivo o fato de duas empresas privadas, a anglo-holandesa Shell e a francesa Total, terem entrado no consórcio vencedor. “A presença de investidores privados dilui os riscos e dá boa roupagem aos consórcios. A Shell poderá ajudar com tecnologia de extração de petróleo em grandes profundidades”, avalia.
Mesmo acreditando que o governo poderia ter arrecadado mais se diminuísse o bônus de assinatura e revisasse o modelo de partilha, Pires diz que a 1ª Rodada de Licitações do Pré-Sal trouxe efeitos positivos sobre a economia. “Independentemente de como ocorreu, o leilão foi bom porque permitirá os investimentos necessários para o pré-sal. Vamos torcer para que o país consiga transformar parte desse petróleo em riqueza e ajudar a sociedade brasileira”, conclui.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou que o governo ficou satisfeito com o resultado do leilão. Segundo ele, o grupo de empresas vencedor do leilão é “equilibrado” e tem capital para fazer a exploração do campo.
"LEILÃO DE LIBRA DEIXOU POVO BRASILEIRO 60% MAIS POBRE", DIZ FUP
Federação Única dos Petroleiros (FUP) critica resultado final do leilão do campo de Libra do pré-sal e lamenta que greve de petroleiros não foi suficiente para impedir processo; FUP afirma que em função da manobra que a ANP realizou no edital, a Estado brasileiro poderá ficar com apenas 14,58% do óleo gerado pelo campo de Libra
21 DE OUTUBRO DE 2013 ÀS 20:17
247 - Apesar da greve nacional dos petroleiros e das diversas manifestações e mobilizações que a categoria realizou pelo país com o apoio de movimentos sociais e centrais sindicais, o governo federal concluiu nesta segunda-feira (21) o primeiro leilão do regime de partilha do pré-sal.
"O país antes do leilão era 100% dono do maior campo de petróleo já descoberto no mundo. Agora o povo brasileiro está 60% mais pobre, pois ficaremos na, melhor das hipóteses, com 40% do mais estratégico campo de petróleo da atualidade", ressalta o coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), João Antônio de Moraes, que participou nesta segunda-feira, 21, de atos em Brasília e no Rio de Janeiro, contra o leilão de Libra.
A Petrobras, que descobriu Libra, terá 40% do campo. O consórcio ofertou à União o excedente de petróleo mínimo previsto na licitação, ou seja, 41,65%. No entanto, diz a federação de sindicatos, em função da manobra que a ANP realizou no edital, a Estado brasileiro poderá ficar com apenas 14,58% do óleo gerado pelo campo de Libra. Esse foi inclusive um dos principais fatos denunciados pela FUP e pela CUT na Ação Civil Pública que tentou barrar o leilão. "A entrega de 60% do campo de Libra para as multinacionais é um dos maiores crimes de lesa-pátria que já tivemos no país. Um dia triste para o povo brasileiro", lamenta João Antônio de Moraes.
Federação Única dos Petroleiros (FUP) critica resultado final do leilão do campo de Libra do pré-sal e lamenta que greve de petroleiros não foi suficiente para impedir processo; FUP afirma que em função da manobra que a ANP realizou no edital, a Estado brasileiro poderá ficar com apenas 14,58% do óleo gerado pelo campo de Libra
21 DE OUTUBRO DE 2013 ÀS 20:17
247 - Apesar da greve nacional dos petroleiros e das diversas manifestações e mobilizações que a categoria realizou pelo país com o apoio de movimentos sociais e centrais sindicais, o governo federal concluiu nesta segunda-feira (21) o primeiro leilão do regime de partilha do pré-sal.
"O país antes do leilão era 100% dono do maior campo de petróleo já descoberto no mundo. Agora o povo brasileiro está 60% mais pobre, pois ficaremos na, melhor das hipóteses, com 40% do mais estratégico campo de petróleo da atualidade", ressalta o coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), João Antônio de Moraes, que participou nesta segunda-feira, 21, de atos em Brasília e no Rio de Janeiro, contra o leilão de Libra.
A Petrobras, que descobriu Libra, terá 40% do campo. O consórcio ofertou à União o excedente de petróleo mínimo previsto na licitação, ou seja, 41,65%. No entanto, diz a federação de sindicatos, em função da manobra que a ANP realizou no edital, a Estado brasileiro poderá ficar com apenas 14,58% do óleo gerado pelo campo de Libra. Esse foi inclusive um dos principais fatos denunciados pela FUP e pela CUT na Ação Civil Pública que tentou barrar o leilão. "A entrega de 60% do campo de Libra para as multinacionais é um dos maiores crimes de lesa-pátria que já tivemos no país. Um dia triste para o povo brasileiro", lamenta João Antônio de Moraes.
GLOBO: FOI BOM, MAS PODERIA SER MELHOR
Jornal comandado por João Roberto Marinho festeja a entrada da Shell e da Total no consórcio, mas pede regras mais favoráveis a outros investidores nos futuros leilões
22 DE OUTUBRO DE 2013 ÀS 08:02
247 - Foi bom, mas poderia ser melhor. Essa é a leitura do Globo sobre o leilão do bloco de Libra, realizado nesta segunda-feira, no Rio.
As regras para a primeira licitação na camada do pré-sal, sob regime de partilha de produção, afastaram da disputa outros potenciais interessados
O consórcio vencedor, único a apresentar proposta na licitação do primeiro bloco a ser oferecido no pré-sal sob regime de partilha de produção, foi uma boa surpresa por ter na sua composição não apenas companhias estatais, como se temia. A anglo-holandesa Shell é uma empresa privada presente no Brasil há 100 anos e que já tem expressivos investimentos no país no segmento de exploração e produção (além de distribuição), inclusive como operadora de grandes campos petrolíferos na Bacia de Campos. A francesa Total também expande as atividades no Brasil e agora assume um papel mais relevante na indústria. As duas estatais chinesas (CNPC e CNOOC), com participação somada de 20% no consórcio, confirmaram, por sua vez, a expectativa de que estão mais interessadas em assegurar uma fatia na produção de óleo.
Da forma como foi estruturado, é provável que esse consórcio possa se beneficiar de sinergias técnicas, operacionais e financeiras de seus componentes, de modo que o programa de investimentos previsto para os próximos anos no campo de Libra se concretize. A Agência Nacional de Petróleo (ANP) prevê a necessidade de doze a dezesseis plataformas de produção e de 60 a 90 embarcações de apoio. O campo de Libra é considerado altamente promissor, com a probabilidade de abrigar até 12 bilhões de barris equivalentes de petróleo, recuperáveis comercialmente. Trata-se de um óleo classificado como médio, valorizado pelo mercado. O poço descobridor de Libra encontrou uma coluna de hidrocarbonetos de mais de 300 metros, uma das maiores já detectadas na camada do pré-sal. A área do bloco abrange cerca de 1.500 quilômetros quadrados, e isso significa que ainda há muito o que se explorar na região.
Se o resultado do leilão foi uma grata surpresa, por outro lado há que se considerar que não houve disputa. Pela dimensão do investimento era de se esperar que o número de candidatos fosse reduzido. No entanto, é evidente que a ausência de outras importantes empresas se deve à opção do governo por um formato de partilha de produção que engessa a participação dos investidores. A obrigatoriedade de a Petrobras ser a operadora e a presença de uma nova estatal (PPSA) com poderes excessivos nas decisões do consórcio foram exigências que afastaram potenciais candidatos.
Bisonho foi o protesto dos grupos de sindicalistas contrários ao leilão. A União terá direito a 41,65% do óleo extraído e dos 58,35% restantes a Petrobras terá 40%. Ou seja, mais de dois terços do petróleo extraído estarão em mãos brasileiras, embora 60% dos investimentos tenham que ser bancados por companhias de capital estrangeiro. Isso sem contar a geração de emprego e a contratação de equipamentos e serviços no país, que será de mais de 50%. Que aritmética é essa que enxerga “a entrega das riquezas nacionais” em tais números?
Que Libra sirva de lição e que o próximo leilão seja feito com regras que despertem o interesse de mais investidores.
O consórcio vencedor, único a apresentar proposta na licitação do primeiro bloco a ser oferecido no pré-sal sob regime de partilha de produção, foi uma boa surpresa por ter na sua composição não apenas companhias estatais, como se temia. A anglo-holandesa Shell é uma empresa privada presente no Brasil há 100 anos e que já tem expressivos investimentos no país no segmento de exploração e produção (além de distribuição), inclusive como operadora de grandes campos petrolíferos na Bacia de Campos. A francesa Total também expande as atividades no Brasil e agora assume um papel mais relevante na indústria. As duas estatais chinesas (CNPC e CNOOC), com participação somada de 20% no consórcio, confirmaram, por sua vez, a expectativa de que estão mais interessadas em assegurar uma fatia na produção de óleo.
Da forma como foi estruturado, é provável que esse consórcio possa se beneficiar de sinergias técnicas, operacionais e financeiras de seus componentes, de modo que o programa de investimentos previsto para os próximos anos no campo de Libra se concretize. A Agência Nacional de Petróleo (ANP) prevê a necessidade de doze a dezesseis plataformas de produção e de 60 a 90 embarcações de apoio. O campo de Libra é considerado altamente promissor, com a probabilidade de abrigar até 12 bilhões de barris equivalentes de petróleo, recuperáveis comercialmente. Trata-se de um óleo classificado como médio, valorizado pelo mercado. O poço descobridor de Libra encontrou uma coluna de hidrocarbonetos de mais de 300 metros, uma das maiores já detectadas na camada do pré-sal. A área do bloco abrange cerca de 1.500 quilômetros quadrados, e isso significa que ainda há muito o que se explorar na região.
Se o resultado do leilão foi uma grata surpresa, por outro lado há que se considerar que não houve disputa. Pela dimensão do investimento era de se esperar que o número de candidatos fosse reduzido. No entanto, é evidente que a ausência de outras importantes empresas se deve à opção do governo por um formato de partilha de produção que engessa a participação dos investidores. A obrigatoriedade de a Petrobras ser a operadora e a presença de uma nova estatal (PPSA) com poderes excessivos nas decisões do consórcio foram exigências que afastaram potenciais candidatos.
Bisonho foi o protesto dos grupos de sindicalistas contrários ao leilão. A União terá direito a 41,65% do óleo extraído e dos 58,35% restantes a Petrobras terá 40%. Ou seja, mais de dois terços do petróleo extraído estarão em mãos brasileiras, embora 60% dos investimentos tenham que ser bancados por companhias de capital estrangeiro. Isso sem contar a geração de emprego e a contratação de equipamentos e serviços no país, que será de mais de 50%. Que aritmética é essa que enxerga “a entrega das riquezas nacionais” em tais números?
Que Libra sirva de lição e que o próximo leilão seja feito com regras que despertem o interesse de mais investidores.
MAINARDI REAPARECE NO TWITTER. CONTRA A PETROBRAS
Ex-colunista de Veja, Diogo Mainardi deu o ar da graça no Twitter, logo após o leilão do pré-sal. "Os diretores da PetroChina (CNPC) estão na cadeia, acusados de suborno. Para comprar o pré-sal, terão de usar o método do Marcola", disse ele, numa de suas postagens
22 DE OUTUBRO DE 2013 ÀS 07:41
247 - Diogo Mainardi reapareceu. O ex-colunista de Veja, autor também do livro "Lula é minha anta", questionou o sucesso do leilão de Libra e também a parceria da Petrobras com empresas chinesas. "Os diretores da PetroChina (CNPC) estão na cadeia, acusados de suborno. Para comprar o pré-sal, terão de usar o método do Marcola", disse ele.
Mainardi também republicou uma coluna em que afirma que o pré-sal é um engodo, em que insinua que o Brasil colocou um "macaco" na presidência. Será que a Shell compraria um engodo?
Abaixo o texto:
Deus mudou de idéia
"O pré-sal é igual ao poço Caraminguá nº 1, do Sítio do
Picapau Amarelo, que Monteiro Lobato definiu como ‘o
primeiro poço de petróleo de mentira aberto no Brasil’"
Picapau Amarelo, que Monteiro Lobato definiu como ‘o
primeiro poço de petróleo de mentira aberto no Brasil’"
Em 1º de julho de 1961, alguns engenheiros da Petrobras encaminharam à diretoria da empresa um documento sigiloso que dizia:
"Tomando conhecimento de uma chocante observação feita pelo Sr. Robert M. Sanford, em data de hoje, vimos pela presente lamentar profundamente o acontecido, uma vez que, pelo que entendemos, o acima citado cidadão estrangeiro atingiu gravemente e gratuitamente a Nação Brasileira, quando sugeriu, a um subalterno desprevenido, a eleição de um macaco para próximo Presidente da República".
Robert M. Sanford era supervisor de Sub-Superfície da Petrobras. Ele fazia parte da equipe de geólogos de Walter Link, o americano contratado para descobrir petróleo no Brasil. Depois de anos de buscas frustradas, Walter Link concluíra que era inútil continuar procurando petróleo nas bacias terrestres brasileiras, e que era melhor procurá-lo no mar. A politicalha jingoísta, entoando "O Petróleo é Nosso", acusou-o de ser um agente estrangeiro e afastou-o da Petrobras.
Fast Forward. Data: 2 de setembro de 2008. Contrariando o apelo de Robert M. Sanford, desprezamos a possibilidade de eleger um macaco. Em vez disso, o presidente da República é Lula. Ele está numa plataforma da Petrobras, no campo de Jubarte, no litoral do Espírito Santo. A tese de Walter Link e de seu supervisor de Sub-Superfície acabou se confirmando: nosso petróleo está localizado no mar. No caso, no pré-sal. O jingoísmo petrolífero, seis décadas depois de ser empunhado pelo caudilhismo getulista, ainda rende votos. Lula esfrega óleo no macacão – mais um macaco nessa história – e, em meio à promessa de usar o dinheiro do pré-sal no combate à pobreza, declara orgulhoso: "Eu tenho tanta sorte que acho que Deus passou por aqui e resolveu ficar. Porque a sorte aumenta a cada dia".
Deus, cinco dias mais tarde, mudou repentinamente de idéia. Fannie Mae e Freddie Mac, as duas paraestatais imobiliárias dos Estados Unidos, foram para o beleléu, dando a largada ao processo de derretimento da economia mundial. O pré-sal, de uma hora para a outra, transformou-se no engodo do ano. Em maio, José Gabrielli, presidente da Petrobras, garantira que, nos cinco anos seguintes, o barril do petróleo custaria entre 80 e 120 dólares, acrescentando: "É uma realidade definitiva". O barril de petróleo já está em 45 dólares, e continuando a cair. No mesmo período, Lula declarou que o Brasil ingressaria na Opep, e que o presidente poderia usar "aquele pano na cabeça, como se fosse um xeique". A Opep acaba de cortar 8% de sua produção, porque há petróleo em demasia no mundo. Em setembro, Dilma Rousseff comparou o Brasil ao Sítio do Picapau Amarelo, onde jorrou petróleo atrás do galinheiro. Ela está certa. O pré-sal é igual ao poço Caraminguá nº 1, que Monteiro Lobato definiu como "o primeiro poço de petróleo de mentira aberto no Brasil".