NO PÓS-LIBRA, MANTEGA INJETA R$ 20 BI NO BNDES
E, rápido, também festeja política fiscal; ministro da Fazenda, em ótimo humor no dia seguinte ao leilão do campo de Libra, recebeu secretário-geral da OCDE; organização vai divulgar relatório oficial nesta terça-feira 22 sobre situação da economia brasileira frente à mundial; Guido Mantega adiantou que Brasil vai figurar entre os maiores superávits do mundo; "Mesmo em momento de crise, nosso desempenho sempre foi satisfatório", disse; governo em festa volta a abrir o caixa para bancar crescimento via empréstimos do banco oficial; de quebra, ministro assinalou que não considera ser necessário haver mandatos para altos funcionários do BC
22 DE OUTUBRO DE 2013 ÀS 15:48
247 – O humor dos principais personagens do governo federal está dos melhores, um dia após a realização do leilão do campo de petróleo de Libra. Um dos mais contentes é o ministro da Fazenda – e presidente do Conselho de Administração da Petrobras --, Guido Mantega. Em dois momentos muito próximos, nesta terça-feira 22, ele anunciou a injeção, pelo Tesouro, de R$ 20 bilhões no caixa do BNDES, mantendo a política de fornecer recursos para tentar manter a economia aquecida. Como se sabe, BNDES cobra os menores juros do mercado para empresas em desenvolvimento e, em razão do volume de empréstimos já realizado, estava com o caixa baixo.
Demonstrando, em seguida, atenção com a situação fiscal do País – um aspecto muito cobrado pelos economistas em geral e, em particular, da oposição --, Mantega recebeu em seu gabinete, em Brasília, o secretário-geral da OCDE. O organismo preparou um relatório, a ser divulgado hoje, sobre a situação macroeconômica do Brasil. Há uma ressalva sobre a importância da mantenção de uma política austera de cobrança de impostos.
"Mesmo em momento de crise, mantivemos um desempenho fiscal satisfatório", disse Mantega. Ciente do conteúdo do relatório, àquela altura ainda não divulgado, o ministro garantiu que o Brasil vai aparecer entre os países que têm os maiores superávits do mundo.
Fortalecido pelo resultado do leilão de Libra, que uniu a Petrobras, da qual ele é o presidente do Conselho de Administração, a duas gigantes privadas, Shell e Total, e a duas estatais chinesas, CNOOC e CNPC, Mantega está ultra fortalecido com a presidente Dilma. Ele aproveitou, dessa posição, para afirmar, em rápida entrevista em Brasília, que não vê necessidade do estabelecimento de mandatos para altos diretores do Banco Central. Isso, na prática, seria a autonomia do BC em relação ao governo.
Abaixo, notícias da Agência Brasil sobre o encontro do ministro com o representante da OCDE, o anúncio de R$ 20 bi do Tesouro para o BNDES e o comentário de Guido Mantega sobre mandatos no BC:
Mantega diz que superávit primário do Brasil é um dos maiores do mundo
Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O Brasil é um dos países com o maior superávit primário, economia para pagamento de juros da dívida pública, disse hoje (22) o ministro da Fazenda, Guido Mantega. "Mesmo em momento de crise, mantivemos um desempenho fiscal satisfatório", destacou.
Nesta terça-feira, Mantega recebeu o secretário-geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Angel Gurria, que apresentou um relatório sobre a economia brasileira. No relatório, a OCDE recomenda mais clareza sobre a condução da política fiscal do país.
Em entrevista à imprensa, Mantega acrescentou que nunca houve "manobra fiscal" para fechar as contas públicas. "Foi tudo dentro da Lei de Responsabilidade Fiscal e da Lei Orçamentária", disse. Ele acrescentou que, no ano passado, havia dificuldade de fechar as contas e foram vendidos títulos do Fundo Soberano.
Segundo o ministro, algumas operações são difíceis de entender por "não especialistas". Mas Mantega acrescentou que o governo vai evitar fazer essas operações novamente.
O ministro também argumentou que as despesas do Brasil com a Previdência, com pessoal e com juros estão caindo. "Portanto, podemos dizer que temos um comportamento fiscal inquestionável", reforçou.
O relatório da OCDE será apresentado com mais detalhes hoje, às 15h30.
BNDES deve receber este ano empréstimo de R$ 20 bilhões do governo, informa Mantega
Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deve receber, este ano, empréstimo do governo de R$ 20 bilhões, segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Em junho deste ano, o Tesouro Nacional injetou R$ 15 bilhões em títulos públicos para reforçar o capital do BNDES.
"Para terminar o ano, o BNDES precisa de algo em torno de R$ 20 bilhões. E com isso vai terminar o ano", disse hoje (22) Mantega, em entrevista coletiva.
"Para terminar o ano, o BNDES precisa de algo em torno de R$ 20 bilhões. E com isso vai terminar o ano", disse hoje (22) Mantega, em entrevista coletiva.
Mantega acrescentou que o BNDES recebe "cada vez menos recursos" públicos. Segundo ele, o governo quer maior participação do setor privado nos investimentos no país, para reduzir a participação de bancos públicos.
O ministro defendeu a maior atuação dos bancos públicos nos anos de crise econômica internacional. "Isso foi necessário porque o setor privado se encolheu", disse.
Edição: Juliana Andrade
Mantega considera desnecessário mandato com prazo determinado para dirigentes do BC
22/10/2013
Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje (22) que não vê necessidade de criar mandatos com prazo determinado para o presidente e os diretores do Banco Central (BC). Essa é uma das recomendações de um relatório sobre a economia brasileira apresentado ao ministro pelo secretário-geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Ángel Gurría. Ainda hoje, a organização apresentará à imprensa mais detalhes sobre o relatório.
Sobre o aumento da taxa básica de juros da economia (Selic), Mantega ressaltou que “a modelagem no banco é na justa medida”. Para a OCDE, entretanto, é preciso manter o aperto monetário.
O ministro da Fazenda também comentou que o Banco Central está atuando cada vez menos no mercado de câmbio. Segundo ele, o mercado está caminhando para o equilíbrio cambial.
Mantega acrescentou que a injeção de dólares no país, com a 1ª Rodada de Licitação do Pré-Sal, “não será tão grande”. “Será algo em torno de US$ 4 bilhões”. Ele explicou que, por isso, não deve gerar problemas no fluxo cambial. “No fluxo que temos, não é muito expressivo. E será feito via mercado. As empresas comprarão reais e farão a transferência para o governo.”
Ontem (21), um consórcio formado por cinco empresas – a anglo-holandesa Shell, a francesa Total, as chinesas CNPC e Cnooc e a Petrobras – foi o vencedor da 1ª Rodada de Licitação do Pré-Sal e terá o direito de explorar e produzir o petróleo da área de Libra, na Bacia de Santos.
Edição: Nádia Franco