PE247 - Um rompimento, ou melhor um quase rompimento. Deverá ser assim que o PSB irá se posicionar após o anúncio quase certo de que a legenda socialista entregará os cargos que ocupa no governo da presidente Dilma Rousseff (PT). Apesar das pressões advindas do Planalto e do PT, sobretudo com a postura cada vez mais independente do PSB, que pretende lançar o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, como candidato à Presidência da República em 2014, os socialistas já estão com o discurso pronto de que o partido não é pautado por questões fisiológicas e que a devolução dos cargos não significa uma saída ou mesmo um rompimento definitivo com o governo.
A expectativa é que, mesmo entregando os cargos de maior visibilidade, o Ministério da Integração Nacional e a Secretaria Especial de Portos, o PSB mantenha alguns pontos de influência, como A Companhia de Desenvolvimento dos vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf). Mais do que manter o controle em certos pontos da máquina administrativa, também existe o receio de alguns governadores do PSB de que um rompimento definitivo acabe prejudicando a execução de obras e convênios que dependem de recursos verde-amarelo. Entre estes figuram os governadores do Ceará, Espírito Santo, Paraíba e Piauí.
A estratégia é clara. Tanto o PSB como o PT dependem um do outro e um rompimento traumático não interessaria a nenhuma das legendas. O PSB depende dos recursos federais, ainda mais faltando pouco mais de um ano para as eleições de 2014, e o PT precisa do PSB nas votações do Congresso. Com essa relação em voga, uma briga intestina entre os partidos traria mas males do que bem: para ambos. Com o posicionamento de entregar os cargos mas permanecer na base aliada, o PSB fica livre para assumir uma postura mais crítica em relação ao governo, em especial à condução da política econômica – um dos motes mais usados por Campos para construir o seu discurso nacional.
Um outro ponto que também estaria sendo levado em consideração para evitar um rompimento traumático entre as legendas, que mantém uma aliança histórica há décadas, seria a relação entre Campos e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Lula incçluove teria dito à presidente Dilma que el anão deverão tratar um aliado importante como o PSB a pontapés, sob risco de jogar a legenda, que bem ou mal ainda está ao lado governo em questões importantes no Congresso nacional, diretamente no colo da oposição.
Agora, a dúvida é saber até quando irá o jogo de nervos entre as duas legendas na medida em que as críticas por parte do PSB forem aumentando e as pressões advindas do Planalto também. Até que a situação chegue ao limite do insustentável, porém, existe a expectativa de que Campos somente deverá firmar posição sobre sua candidatura em 2014, mantendo assim o discurso construído até o momento.